terça-feira, 28 de outubro de 2008



28 de outubro de 2008
N° 15772- PAULO SANT’ANA


Fogaça e o engarrafamento

O mais preocupante na reeleição do prefeito José Fogaça é que ele declarou que não vai se candidatar ao governo do Estado.

Prefeito, Fogaça não pode ser mais, duas reeleições não são permitidas.

Senador, ao que tudo indica, ele não vai querer voltar a ser.

Então, o que será do futuro de Fogaça?

Esse limbo no futuro de José Fogaça não me parece ser bom para Porto Alegre. Porque ele pode se acomodar e não ter motivação para as obras que a cidade necessita.

As ciclovias, por exemplo, têm de ser imediatamente implantadas. E até agora não saíram do papel.

E o trânsito de Porto Alegre está caótico e alarmante. Não há mais lugar por onde se ande de carro que não haja engarrafamento.

Isso ameaça paralisar a cidade.

Para hoje, para ontem, o prefeito Fogaça tem de constituir um grupo de trabalho que vise aos estudos imediatos, com pronta execução das conclusões, para atacar o sufocamento do trânsito da cidade.

Podem ser centralizadas em viadutos as decisões. Mas têm de ser urgentemente implementadas.

É preciso atacar com a máxima brevidade os engarrafamentos na Avenida Ipiranga, na Avenida Assis Brasil, na Avenida Protásio Alves e na Avenida Independência.

Essas quatro vias são as prioritárias, embora em dezenas de outras o trânsito esteja se movendo com irritante lentidão. Se a EPTC não alertou o prefeito para essa emergência, está faltando com o seu dever, não existe nada mais dramático para a cidade que esse entupimento do trânsito que vai aos poucos estraçalhando os nervos dos motoristas e dos passageiros e ameaça tragar a administração municipal.

Fogaça vai ter de gastar com obras para desengarrafar o trânsito. Vai ter de ser um canteiro de obras, que tem de começar a ser desfechado ainda este ano, sem protelações.

Mas eu já disse que só com isto não se resolve o problema do trânsito.

Tem de haver um amplo congresso entre governo federal, estadual e municipal, ao lado das associações de classe do comércio, dos serviços e da indústria, no sentido de se ampliar a escala de horários de funcionamento de todos os prédios da cidade.

A cidade só funciona em todos os seus serviços durante 10 horas do dia, compreendendo manhã e tarde. Não vai poder ser mais assim, sob pena de paralisação total na circulação de veículos particulares e coletivos.

A cidade terá de funcionar também à noite nas suas repartições públicas e nos estabelecimentos comerciais e de serviços.

No caso de Porto Alegre, é de burrice esférica fazer com que todos os veículos iniciem sua marcha no rumo do engarrafamento às sete horas da manhã e retornem para o trânsito à tardinha.

Somam somente 12 as horas tensas de trânsito em Porto Alegre. Coincidem exatamente com o sol.

Não há cidade mal planejada como Porto Alegre que suporte isso.

Portanto, além das obras viárias, tem de haver uma mão-de-obra gigantesca no sentido da mudança de hábito das pessoas.

Vai ter de ser alargada a faixa de horário de funcionamento da cidade. Urgente.

Basta ver como o trânsito depois das 20h30min se desenrola tranqüilo em toda a cidade.

Este estrangulamento de horário vai ter de mudar.

Mas será que o prefeito Fogaça, que se confessou sem futuro, vai ter coragem para arregaçar as mangas?

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