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quarta-feira, 15 de outubro de 2008
15 de outubro de 2008
N° 15759 - PAULO SANT’ANA
Porto Alegre dos sabiás!
Eu sou um tolo. Na minha estultice, nunca imaginei que sou condicionado a percorrer certos caminhos dentro de um shopping.
Pensei que eu é que determinava os meus passos no interior dos shoppings.
Mas fui alertado para o fato de que, no caminho dos clientes dos shoppings, são colocadas floreiras, quiosques, cafés, lojas de alimentação etc.
É uma técnica que usam os shoppings para dirigir os passantes para o rumo das vitrinas.
O projeto original dos shoppings parece não ter previsto isso, os arquitetos tentaram plasmar uma imensa praça, cheia de espaços livres para as pessoas transitarem.
Acontece no entanto que logo em seguida se viu de que lado o sapato aperta, não adianta nada para os comerciantes que os freqüentadores dos shoppings fiquem passeando ao léu em seus interiores e nada comprem.
Foram então bolados estes bretes que congestionam o fluxo. O princípio é de que os freqüentadores dos shoppings se tornem clientes.
Eu acho defensável esta posição, mas torço para que ela não se torne radical, afinal a idéia de que os freqüentadores sejam atraídos para um lugar imenso, uma praça ampla, com espaços de lazer e de passeio e só então vejam sua atenção chamada para as lojas me parece mais legítima.
Mas tudo se enquadra numa técnica de vendas. Até mesmo a inversão do fluxo nas estradas rolantes: para evitar que os freqüentadores entrem sempre por um lado, aprestando-se para as compras nas imediações, as direções dos shoppings invertem as “mãos” das escadas rolantes, a que antes subia agora só desce, a que descia passa a subir
Não sei se daria certo, mas eu apostaria numa idéia mais criativa para atrair clientes para as lojas ou para as vitrinas.
Nas proximidades das lojas de artigos infantis, colocaria nos caminhos atores de pantomimas e outras atrações para as crianças.
E disporia nos corredores, ora aqui, ora ali, ora acolá, músicos, cantores, minibandas, que atrairiam os freqüentadores e os aproximariam das lojas.
Não é uma bela idéia esta de transformar o shopping numa rua, onde existem os ajuntamentos em torno de algumas atrações?
Mas a gente mora há tanto tempo numa cidade como Porto Alegre e não se apercebe de alguns de seus encantos.
Agora por exemplo Porto Alegre está tomada por milhares de sabiás que em todos os seus recantos iniciam de manhã cedinho uma sinfonia de cânticos maviosa, que torna a vida das pessoas mais agradável e deliciosa.
Por que estranho fenômeno ambiental os sabiás escolheram Porto Alegre como a cidade ideal para viver, cantar, ter seus filhotes, multiplicarem-se em gerações de pássaros canoros que se incorporam de maneira simpática e artística à vida da cidade.
Milhares de pessoas já se acostumaram a despertar com o canto dos sabiás porto-alegrenses.
Que milagre de convivência entre os homens e os pássaros se instalou em nossa cidade, a ponto de termos a consciência de que somos vizinhos e co-munícipes dos sabiás, muito menos porque os vemos do que por que seus cantos chegam a nossos ouvidos!
Numa cidade grande como é a nossa Capital, com trânsito quase feroz, é um milagre, uma benção que possamos desfrutar desta orquestra gigantesca e espalhada de sabiás, em todas as manhãs e tardes porto-alegrenses.
Transmite-nos a sensação de que estamos próximos da natureza.
Chega a dar vontade de cantar a célebre canção da minha amiga Roberta Miranda:
Estou agora num lugar todinho meu
Tenho uma rede preguiçosa pra deitar
Na minha volta a sinfonia de pardais
Cantando para a majestade o sabiá
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