sábado, 1 de março de 2025


01 de Março de 2025
EXPECTATIVA - Kelly Matos*

EXPECTATIVA

Estamos lá. Sensações de viver o clima real do Oscar

Andar pelas ruas da cidade da cerimônia do prêmio e participar de eventos oficiais pode dar ainda mais a dimensão da conquista realizada pelo longa-metragem de Walter Salles. Entre muita emoção e elogios de pessoas ligadas à indústria, fica o orgulho de uma nação que já venceu, não importa o resultado.

Eu me emocionei de verdade ao ver a plateia vibrar quando o clipe de Ainda Estou Aqui foi exibido no telão do auditório do Academy Musem of Motion Pictures, em Los Angeles, na quinta-feira. Era a cena da chegada dos agentes do Estado brasileiro na casa da família Paiva, quando Eunice e as crianças encontram Rubens pela última vez. Cinco filhos ficariam órfãos de pai dali em diante.

Último abraço

Nessa sequência, em um dos momentos mais emocionantes da obra de Walter Salles, Nalu (Bárbara Luz) chega da praia e, em sua inocência infantojuvenil, não percebe a tensão do ambiente - agora controlado por repressores. Em tempo: é possível observar a oposição entre o som da vida lá fora e o silêncio imposto pela ditadura.

Nalu, então, sobe ao quarto para buscar uma camisa do pai e, ao percebê-lo vestindo-se formalmente, questiona para onde ele iria "todo lindo desse jeito". Com ternura, Rubens (Selton Mello) sorri e responde: "Eu já volto, filha". A pequena não sabia, mas o público compreende a sutileza e a dor daquele abraço que não aconteceria nunca mais.

- Esse filme tocou profundamente meu coração - disse, com a voz embargada, Jennifer Fox, produtora reconhecida na indústria do cinema e já indicada ao Oscar de melhor filme.

Pertencimento

A Zero Hora, o produtor Rodrigo Teixeira, de Ainda Estou Aqui, contou ter testemunhado os olhos marejados de Jennifer, ao lado dela, no palco do auditório.

E é sobre essa emoção que queria falar. De tudo que se ouve por aqui, na cidade onde o Oscar acontece. "É um filme lindo", "É como se estivéssemos naquela casa, junto com eles". Há um poder especial, impresso em cada uma das performances do elenco e das sutilezas da direção de Walter.

E se há algo que o brasileiro sabe fazer é ser coração. Na calçada da fama, deparei-me nesses últimos dias com brasileiros emocionados, outros com a certeza de que alguma das três estatuetas, ao menos uma!, levaremos para casa. É difícil dizer, mas estamos nesse lugar: de orgulho, de pertencimento, de amor pelo cinema produzido no nosso país.

Por isso, não há como discordar da frase da atriz Fernanda Torres, meses antes de receber sua indicação ao Oscar, quando perguntada sobre a premiação e a indicação de sua mãe, Fernanda Montenegro. Disse ela: "quando um ator brasileiro, falando português, é nomeado, ele já ganhou, pode estourar champanhe". É isso. Nós ganhamos. Mesmo antes do resultado final. E sabe de uma coisa? O Brasil merece. Nós merecemos. Nós vamos sorrir. _

* Direto de Los Angeles

Quando será o Oscar e onde assistir?

Quando:

2 de março, domingo, a partir das 21h

Onde:

Dolby Theatre, Los Angeles, Estados Unidos

Onde assistir:

o evento será transmitido pelo canal por assinatura TNT, pelo streaming Max e pela RBS TV


01 de Março de 2025
CARPINEJAR

Quente frio, jamais morno

Quando pequeno, eu brincava com os meus irmãos de localizar objetos escondidos no jardim.

Eles me vendavam. "Quente" e "frio" eram as pistas. Os irmãos gritavam as expressões para determinar o rumo de minhas mãos.

"Quente quente": estava próximo. "Quentíssimo", "queimando": estava rente. "Frio frio": estava longe. "Gelado": estava me distanciando muito.

Já "morno" constituía o mais grave cenário do tato. Significava que eu me achava perdido, nem longe nem perto, sem noção do paradeiro.

No meio da nada.

Esse raciocínio pode ser aplicado às relações em geral.Morno não. Que seja quente ou frio, mas morno não. Não diga "tanto faz", ou "qualquer coisa serve", ou "o que você preferir".

Defina a sua vontade. Exponha as suas experiências. Mostre as suas intenções. Morno é alguém sem ânimo, sem disposição, completamente desinteressado.

Morno é ter sangue de barata. Morno é mofar no muro. Morno é desperdiçar o timbre da voz, a assinatura do coração. Morno é jogar o nascimento fora, o estudo, deixar a prova em branco.

Morno é se manter na convivência por inércia. A atitude mistura covardia, egoísmo e desdém. Resulta sempre em deslealdade. Como o morno disfarça os seus anelos, dissimula a sua satisfação, ele também trai.

É fundamental optar. Renunciar a outras possibilidades para se dedicar a uma só. Refutar outros caminhos hipotéticos para saborear um só. Não se deve morar na encruzilhada, no dilema. Assim como não se entra por duas portas simultaneamente. O valor da escolha depende do tamanho da renúncia.

Tristes as pessoas que não possuem um time, as pessoas que não fazem parte de uma torcida, as pessoas que não emitem opinião, as pessoas que não têm coragem de enfrentar a unanimidade e se responsabilizar por aquilo que sentem, para os quais tudo falsamente basta.

A Bíblia esclarece: "Deus vomitará os mornos". Até Deus não tolera os indecisos. 

Às vezes você pensa que está sendo isento e vem sendo omisso. Às vezes você pensa que está sendo neutro e vem sendo indiferente. Às vezes você pensa que está agradando e vem sobrecarregando quem está ao lado.

Ninguém ama sendo morno. Tomar uma direção é fundamental, ainda que seja para recuar, rever o posicionamento e voltar atrás.

Não falar o que se pensa é não viver o que se deseja.

A galeria mais ignominiosa e crudelíssima da Divina Comédia, obra máxima do italiano Dante Alighieri, não se encontra no inferno ou no purgatório, mas em uma ala chamada de Vestíbulo, no princípio do livro, em que são depositados os que não adotaram nenhuma posição durante a sua passagem pela existência. São as almas recusadas tanto por Deus como pelo Diabo, seres exatamente mornos, que não confessaram as suas verdades. O castigo é beber eternamente a água parada da chuva e comer lama, de costas para o céu, na contramão, ao mesmo tempo, do divino e do humano. _

CARPINEJAR

01 de Março de 2025
MARCELO RECH

O espantalho do Brasil

Por três semanas de fevereiro, em uma incursão de motocicleta ao extremo sul das Américas, topei com um universo de experimentados - e por vezes abonados - viajantes que buscam destinos exóticos, com natureza selvagem, e pitadas de aventura. Em automóveis, motos, motor homes ou bicicletas, essa legião de alemães, italianos, franceses, australianos, suíços e americanos quer algo diferente, mas com risco calculado. Invariavelmente, um atrás do outro, ao saber que eu era brasileiro, desculpavam-se por deixar o Brasil de fora de seus roteiros. A razão? A insegurança por aqui.

Alguns tinham cruzado do Alasca à Terra do Fogo e passado pela temida América Central. Mas as cenas de balas tracejantes nos céus do Rio e as histórias de horror com ciclistas atropelados por bêbados ou velejadores executados por piratas na costa são um espantalho a corroer a imagem do Brasil. 

É certo que, no Carnaval, milhares de turistas são atraídos pela festa, enquanto o câmbio favorável desencadeou este ano uma gigantesca e bem-vinda peregrinação de visitantes do Prata para as praias do Sul. Mas é pouco diante do que os brasileiros, assim como turcos e tailandeses, poderiam se beneficiar de um fluxo constante e intenso de turistas.

Fosse só a perda do turismo, já seria suficiente para o Brasil acordar sobre como somos vistos de fora: uma nação tomada pelo crime. Trata-se de um daqueles estereótipos que contaminam imagens alheias? Infelizmente, não. Um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelou um faturamento de R$ 347,8 bilhões pelo crime organizado em 2022. 

Desse total, R$ 146,8 bilhões provêm do comércio de combustíveis, cigarro, álcool e ouro com aparência legal, mas controlado pelo crime. Outros R$ 186 bilhões, 10 vezes mais do que a renda do tráfico de cocaína, são obtidos em crimes cibernéticos e roubos de celulares.

Em suma, nos transformamos numa grande muamba, sob o olhar complacente de todos - todos - os governos federais até hoje. A inação vai da absurda cegueira de setores mais à esquerda diante da criminalidade até a desvirtuada concepção de setores mais à direita de que armar a população é resposta eficaz para a violência. Enquanto nos perdemos em guerras ideológicas, o crime organizado se expande e se infiltra por toda parte - dos postos às ofertas de produtos em redes sociais, sem que o cidadão honesto sequer se dê conta de que está ajudando a financiar a cadeia de delitos e a sonegação.

A movimentação do crime organizado em negócios aparentemente legais já representa 15% do total desses setores. É uma tragédia, além de brutal escoadouro de impostos. Mas o Brasil segue dormitando em berço esplêndido, sem qualquer plano capaz de reverter esse caminho para o abismo. _

MARCELO RECH

01 de Março de 2025
CONSELHO EDITORIAL - Nelson P. Sirotsky
Publisher e presidente do Conselho da RBS

Pluralismo de opiniões

A visão que o público tem sobre os nossos veículos e comunicadores é um elemento fundamental para o aperfeiçoamento do nosso trabalho. Por isso, sempre damos muita atenção aos comentários dos leitores dos nossos jornais e às participações dos ouvintes, telespectadores e usuários de nossas plataformas digitais. 

Não é incomum que observações pertinentes, mesmo as mais críticas, nos ajudem a corrigir rumos ou a acrescentar novos enfoques em nossas coberturas e análises. Exatamente em consideração a essa contribuição do público, promovemos constantes alterações no nosso quadro de colaboradores, sempre em busca de renovação e de maior qualidade.

Nesse contexto, reafirmamos: o Grupo RBS expressa suas posições unicamente no espaço editorial desta página, com a clara identificação. O comentário caracterizado como "Opinião da RBS" representa o posicionamento do grupo, orientado por sua direção e embasado no ideário construído ao longo de sua história. 

Já os textos assinados por comunicadores, colunistas e articulistas expressam a visão desses profissionais, independentemente de coincidirem ou não com a opinião da empresa. Nossos comunicadores têm total autonomia para publicar suas visões sobre os fatos, evidentemente que com a devida responsabilidade, a observância da legislação vigente e o respeito aos princípios éticos/editoriais do Grupo RBS.

Não há como ignorar que alguns dos nossos principais colaboradores, pela qualidade de seu trabalho e pela credibilidade conquistada, muitas vezes têm seus conteúdos confundidos com as posições da empresa. Para ilustrar essa situação, lembro dois companheiros que já não estão entre nós: Paulo Sant?Ana, falecido em 2017, e David Coimbra, que nos deixou em 2022. Asseguro, até na condição de amigo pessoal de ambos, que inúmeras vezes em seus comentários eles contrariaram os nossos posicionamentos - e que jamais interferimos para condicioná-los ao nosso modo de pensar.

O pluralismo de opiniões inclui também a renovação constante de colunistas, pois estamos sempre em busca de novos talentos e novas vozes que possam contemplar a diversidade de interesses dos nossos públicos. 

Nesse sentido, antecipo aqui decisões recentes de nossa área editorial: a partir do próximo dia 11, o jornalista e escritor Eugênio Esber terá sua coluna publicada semanalmente em ZH (impressa e digital) e o jovem jornalista Gabriel Sant'Ana Wainer passará a ter seus espaços ampliados, inclusive com participação diária em GZH e na Rádio Gaúcha. Gabriel, que estreou neste jornal no final do ano passado com artigos lúcidos e talentosos, tem uma credencial extra que o torna único: é neto do saudoso e polêmico Paulo Sant?Ana. 

Por outro lado, já estou torcendo para que Bernardo Coimbra, filho de David, que tem 17 anos e ainda não escolheu sua futura profissão, também opte por ser jornalista e comunicador. _

CONSELHO EDITORIAL

01 de Março de 2025
GPS DA ECONOMIA - Anderson Aires

Dólar com mais pressões internas e externas

Em um ambiente marcado por mau humor do mercado financeiro diante de acenos do governo federal e tensões internacionais, o dólar fechou a semana com forte alta. A moeda americana encerrou a sexta-feira cotada a R$ 5,916 (avanço de 1,50% ante o dia anterior), atingindo o maior patamar em cerca de um mês.

Após queda na primeira metade do mês, o câmbio engatou viés de alta, com aceleração nesta semana. Em fevereiro, a moeda registrou crescimento de 1,35%. Na última semana, saltou 3,22%.

A maior guinada ocorreu na sexta-feira. A confirmação de que Gleisi Hoffmann vai assumir a Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula teve peso nesse movimento.

O mercado encara com desconfiança o reforço no "núcleo duro" do PT dentro da articulação política. Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo Corretora, destaca um dos principais pontos desse temor em relação à mudança ministerial:

- Provavelmente, a reação é uma incerteza em relação à parte da negociação com o Congresso, com a entrada da Gleisi nesse papel. Acho que o mercado ainda vai tentar entender como vai ser a postura do governo com a mudança. Tem muitas coisas importantes para serem votadas ainda no Congresso.

A alta do câmbio no Brasil na sexta-feira também pegou novos ruídos no campo externo. Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Ucrânia, Volodimir Zelensky, bateram boca durante encontro na Casa Branca. O mal-estar aumenta a tensão no campo das tentativas de encerramento do conflito no Leste Europeu.

Semana tumultuada

Diversos acontecimentos intensificaram os movimentos internos e externos que depreciaram o real ao longo dos últimos dias.

Mudança no saque do FGTS e alta do emprego acima do esperado também pressionaram o dólar diante de temor por inflação ainda mais persistente. No aspecto internacional, novas decisões no tarifaço do governo Trump exerceram esse peso. _

Teste na Capital

Especializada em tecnologia aplicada no mercado imobiliário, a Loft escolheu Porto Alegre para lançar novo recurso em sua plataforma: a intermediação de financiamentos da Caixa Econômica Federal dentro do programa Nano Digital. Antes, os clientes da companhia não conseguiam comparar, em uma única tela, taxas da Caixa e de bancos privados na plataforma da Loft.

Esse "ensaio" pega apenas alguns bairros de Porto Alegre. O serviço deve ser ofertado em todo o país até o final do ano. _

Confiança descendo a lomba

Dado do FGV Ibre, divulgado na sexta, reforça os indícios de desaceleração da economia ao longo dos próximos meses - já indicada em dados de emprego, inflação e juro.

O Índice de Confiança Empresarial, apurado pela instituição, caiu 0,3 ponto em fevereiro, chegando aos 94,7 pontos. Trata-se do menor nível desde maio de 2024.

Na avaliação do FGV Ibre, o dado evidencia o enfraquecimento do ambiente de negócios no início do ano, principalmente nos segmentos de serviços e comércio. _

Sinal de alerta nas contas em atraso

A mais nova edição da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência das Famílias (Peic-RS), da Fecomércio-RS, reforça sinais de aperto no orçamento da população, mas com dois movimentos distintos.

O percentual de famílias com dívidas em atraso até diminuiu novamente, passando de 32,2%, em janeiro, para 30% em fevereiro, em Porto Alegre.

No entanto, camadas do indicador mostram a persistência da inadimplência e a dificuldade enfrentada por parte das pessoas para honrar as contas em espaço curto de tempo.

GPS DA ECONOMIA


01 de Março de 2025
ACERTO DAS TUAS CONTAS - Giane Guerra

Gastos com comida no rotativo do cartão

Um terço das dívidas dos gaúchos inadimplentes é com bancos e cartões de crédito. Isso já é preocupante porque são as mais caras do mercado, ou seja, com os juros mais altos e, portanto, mais difíceis de renegociar e de pagar.

Agora, o que exige ainda mais atenção nesta pesquisa feita pela Serasa Experian é que, dos gastos no cartão, a maior parte, 57%, foi para comprar comida no supermercado. Por que preocupa tanto? Porque as famílias têm que comprar alimentos todos os meses. Ou seja, aparentemente, elas adiaram e até parcelaram em mais vezes o pagamento de algo que precisam adquirir sempre.

O resultado disso é que parcelas da comida de vários meses podem se acumular. Se a pessoa não consegue pagar, como é o caso da maior parte dos inadimplentes da pesquisa da Serasa, há a incidência de um juro altíssimo sobre isso, pois a conta caiu no rotativo do cartão de crédito.

A situação piora quando outras contas essenciais entram nesta bola de neve, como luz e água. Além do custo de atrasá-las, a família tem o risco de corte no abastecimento.

Famílias, evitem dívidas neste cenário de juro alto. Empresas, promovam a educação financeira entre os seus funcionários, o que vai melhorar até mesmo a produtividade deles no trabalho. Poder público, tenha este problema de 2025 no seu escopo para medidas que possam estimular pagamento de contas atrasadas e gastos conscientes. _

Quem topa pagar o preço de ser sustentável

O preço é o grande desafio de produzir e vender algo que preserve o meio ambiente e fortaleça a comunidade. Nem sempre ele sai mais caro, pois comprar de fornecedor local e apostar na simplicidade também reduz custos. Porém, ainda assim há resistência para a mudança. Canso de ouvir de empreendedores que a transição para o consumo sustentável tem um preço que o cliente não está disposto a pagar. Será?

Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio mostra que já há boa parcela da população da Região Sul que pagaria até mais por um produto sustentável. A percepção é de que isso venha a crescer conforme aumenta a conscientização dos consumidores. Porém, a coluna não consegue entender por que diabos 18% respondem que não comprariam algo sustentável de jeito algum. É birra? _ Consumidor verde

Escolha dos moradores do Sul

Compra o produto sustentável mesmo que seja muito mais caro 13% (menor índice do país)

Compra o produto sustentável apenas se for só um pouco mais caro 28%

Compra o produto sustentável apenas se o preço for igual 38%

Não compra o produto sustentável, independentemente do preço 18%

Não sabe 3%

Curso gratuito para mulheres

Empresa de tecnologia de Campo Bom, a Growdev abriu 120 vagas para mulheres em curso gratuito online para formar profissionais em desenvolvimento front-end - a parte visual e gráfica de sistemas digitais.

Além da formação, há encaminhamento para empregos na própria empresa ou em uma das 60 parceiras, destaca o CEO Manoel Roldão.

A empresa informa que é preciso ter 16 anos ou mais e estar cursando ou já ter concluído o terceiro ano do Ensino Médio. Não há restrição de localidade do candidato. _

Antecipação, mas nem tanto

Após a repercussão negativa, o presidente Lula determinou a antecipação do pagamento das aposentadorias e demais benefícios do INSS, mas ela será parcial. Ainda não haverá depósitos em 3 e 4 de março, dias de Carnaval que são feriados bancários, nem no dia 5, Quarta-feira de Cinzas.

Segue para o dia 6 a retomada do cronograma interrompido. Aí sim começará a ser depositada a antecipação dos pagamentos que, antes, ocorreriam somente na outra semana. Os pagamentos programados para 10, 11 e 12 de março serão nos dias 6 e 7. _

O valor do FGTS que seguirá bloqueado

Um alerta para quem conta com a nova liberação do saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS): nem todos poderão sacar todos os recursos que foram bloqueados pela adesão ao saque-aniversário. Dos 12,1 milhões de trabalhadores, 9,5 milhões (80% do total) anteciparam com bancos o que tinham a receber e precisam manter o valor na conta para pagar o empréstimo.

Se o trabalhador está devendo R$ 10 mil e tem R$ 15 mil, poderá sacar apenas R$ 5 mil. A antecipação do saque-aniversário é semelhante ao que os bancos oferecem para a pessoa receber antes a restituição do Imposto de Renda, sempre com cobrança de juro. _

ACERTO DAS TUAS CONTAS

01 de Março de 2025
EM FOCO

EM FOCO

Presidente do PT vai assumir as Relações Institucionais no lugar de Alexandre Padilha. Até então, ela era cotada para a Secretaria-Geral da Presidência. Perfil combativo da indicada, que faz críticas à política econômica, causa incertezas

Lula escolhe Gleisi para a articulação política

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, para ser a ministra de Relações Institucionais. A decisão é considerada uma reviravolta, já que, até poucos dias atrás, era dado como certo que ela assumiria a Secretaria-Geral da Presidência.

A informação foi confirmada em nota da Secretaria de Comunicação Social (Secom). Segundo o comunicado, Lula se reuniu com Gleisi na sexta-feira pela manhã e a convidou para o cargo. Ela vai substituir Alexandre Padilha, indicado na terça-feira para o Ministério da Saúde.

A posse será no dia 10 de março. Em rede social, Lula afirmou que a petista "vem para somar". Já Gleisi disse que seguirá "dialogando democraticamente com os partidos, governantes e lideranças políticas, como fiz nas posições que ocupei".

A escolha de Gleisi era tratada com ceticismo devido ao perfil combativo da petista. Presidente do PT desde 2017, ela esteve à frente do partido em alguns de seus momentos mais críticos. A posição a fez ganhar fama de sectária.

A chegada de Gleisi ao governo também cria um novo polo de poder no Planalto. Hoje, as principais forças políticas no governo são os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Sidônio Palmeira (Secom), ambos vindos da Bahia e aliados de longa data.

Ao longo da gestão, Gleisi expôs divergências com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Aliados da petista costumam dizer que, como presidente do partido, ela tinha a obrigação de tentar puxar o governo para a esquerda, o que explicaria as falas que contrariavam a política de Haddad. Agora, porém, há uma avaliação de que a disciplina que exige um cargo no primeiro escalão deve fazer as divergências diminuírem. 

Oposição critica; centrão tem ressalvas

O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), afirmou que a nomeação de Gleisi para a articulação política mostra que o governo "dobra a aposta" em um movimento de "radicalização e isolamento". Marinho disse ainda que o Executivo potencializa "erros do passado".

Já o líder da oposição na Câmara, deputado Luciano Zucco (PL-RS), disse que o Planalto está "priorizando interesses partidários".

Nos partidos do centrão - e inclusive entre ministros do governo -, a escolha também foi vista com reservas. Ao jornal O Globo, o líder do União Brasil no Senado, Efraim Filho (PB), disse que a indicação "traz riscos".

- Se não funcionar, ele vai assumir o ônus de ter contrariado a percepção de boa parte da base, que desejava um nome mais articulado com o centro, já que os outros postos do Palácio do Planalto já são do PT - afirmou. 



01 de Março de 2025
INFORME ESPECIAL - Rodrigo Lopes

As comportas de Porto Alegre

A coluna conversou na sexta-feira com o diretor-geral adjunto do Dmae, Vicente Perrone, sobre as obras nas comportas do sistema de proteção contra cheias de Porto Alegre. Na quinta-feira, foram fechadas as de número 5 e 7, na Avenida Mauá. Em janeiro, a de número 3 já havia sido concretada.

A prefeitura aproveitou o contrato que já tinha com uma empresa para fazer as obras. Por isso, não houve necessidade de licitação. Mesmo que tenham se passado quase 10 meses da enchente, Perrone considera que o prazo está dentro dos padrões para o serviço público.

A próxima etapa é fechar definitivamente as comportas 8, 9, 10 e 13, que ficam embaixo da Avenida Castelo Branco. Para isso, o corpo técnico analisa propostas de três empresas que participaram da concorrência, com valor de referência de R$ 3,5 milhões. O diretor acredita que, até julho, as quatro estarão fechadas.

O Dmae também analisa propostas de empresas para a substituição de três comportas, que serão móveis: a 11 (São Pedro), a 12 (Cairú) e a 14 (Castelo Branco). Essa última foi destruída pela enchente e foi um dos símbolos dos problemas do sistema de defesa da Capital.

Inicialmente, a ideia era fechá-la em definitivo. Mas a medida gerou descontentamento na Federação de Remo do Rio Grande do Sul (Remosul), devido ao acesso aos clubes. Logo, ela será móvel.

Força da água

Essas novas comportas serão maiores, mais pesadas, com mecanismos de abertura e fechamento mais eficientes. O projeto foi feito especificamente para resolver o problema identificado em maio: a força da água na região da 14, por exemplo, é maior do que na Mauá, em razão da influência do Jacuí. Para a substituição, há quatro concorrentes, com licitação com valor de referência de R$ 9 milhões.

As demais comportas serão reformadas, com melhorias no sistema de vedação. A coluna questionou sobre quando todas as comportas estarão prontas e funcionais. O órgão informou que isso depende da empresa declarada vencedora para as comportas novas. Como serão equipamentos sob medida, um dos critérios de escolha será o prazo para a entrega. _

A Alemanha sem imigrantes

Cerca de 15% dos médicos e enfermeiros na Alemanha têm nacionalidade estrangeira e representam uma parte essencial para o funcionamento de hospitais, lares e consultórios médicos. _

Entrevista - Marcelo Moraes

"A bandeira do RS deve estar acima das ideologias"

Deputado federal, novo coordenador da bancada gaúcha no Congresso

O deputado federal Marcelo Moraes (PL) assumiu nesta semana a liderança da bancada gaúcha no Congresso, em substituição a Dionilso Marcon (PT), que ficou à frente do grupo em 2024. Moraes conversou com a coluna sobre suas prioridades. A bancada é composta por 31 deputados e três senadores.

Quais serão suas prioridades à frente da bancada?

Destaco pautas importantes como a discussão dos vetos do Propag (Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados), que trazem prejuízo grande para o Rio Grande do Sul: um deles é não se fazer cumprir o alívio na dívida em relação às enchentes.

O pretende fazer pela reconstrução do Estado?

Uma das rubricas foi para a área da saúde, para que possamos colocar recursos nos hospitais. Temos também uma tarefa grande que é discutir a questão da agricultura. Nos últimos três anos, tivemos seca e, no meio disso, a enxurrada.

Que outras demandas o senhor tem em mente?

São muitas, em todas as áreas. Temos hoje no Rio Grande do Sul mais de 50 municípios sem acesso asfáltico, temos uma discussão em relação à assinatura do regime de recuperação fiscal, que não nos permite ser competitivos em relação a incentivos fiscais para empresas que queiram vir aqui para o Estado, entre tantas outras pautas. A bancada gaúcha vai estar com a porta aberta.

Como o senhor avalia a representatividade gaúcha hoje em Brasília?

Nossa ideologia é algo que está sempre presente conosco, não temos como tirá-la de dentro da gente. Mas, dentro da bancada gaúcha, a nossa pauta, a nossa discussão, a nossa bandeira é o Rio Grande do Sul. Tem de ter convergência para ajudar o Estado. _

INFORME ESPECIAL