sexta-feira, 13 de maio de 2016

Walter Jacquet, o retorno

Mistério no Centro Histórico, romance policial, novo livro do escritor, jornalista e roteirista de cinema e tevê Tailor Diniz, marca a volta do detetive Walter Jacquet
Mistério no Centro Histórico, romance policial, novo livro do escritor, jornalista e roteirista de cinema e tevê Tailor Diniz, marca a volta do detetive Walter Jacquet

DIVULGAÇÃO/JC
Mistério no Centro Histórico (Dublinense, 160 páginas, R$ 36,90), romance policial, novo livro do escritor, jornalista e roteirista de cinema e tevê Tailor Diniz, marca a volta do detetive Walter Jacquet, personagem do romance policial Crime na Feira do Livro (finalista do Prêmio Açorianos de Literatura em 2011 e lançado em alemão na Feira do Livro em Frankfurt).
Tailor Diniz tem 15 livros publicados, entre os quais Transversais do tempo (2007, Prêmio Açorianos de Literatura- Melhor Livro de Contos); A superfície da sombra (2012, lançado na Bulgária e adaptado para o cinema pelo diretor Paulo Nascimento) e Em linha reta (2014, semifinalista do Prêmio Oceanos de Literatura). Diniz assinou roteiros para tevê e cinema e teve obras premiadas nos festivais de cinema de Gramado e Brasília.
Mistério no Centro Histórico traz Joãozinho Macedônio, candidato a escritor, que já passou por várias oficinas literárias da cidade, mas ainda não escreveu a grande obra. Com base num fato real - a explosão de uma bomba no Centro Histórico de Porto Alegre - escreve uma novela e deposita nela todas as suas esperanças. Não passava pela sua cabeça, porém, que, ao submeter o original ao amigo Walter Jacquet, em Porto Alegre para rápida estada, se envolveria em tamanha trama de suspense e investigações.
Depois de um desgosto amoroso, Jacquet, parceiro de infância de Joãozinho, fora para os Estados Unidos na década de 1980 e nunca mais voltara. Hospedado pelo amigo em Porto Alegre, Jacquet se envolve com o acompanhamento de uma tensa incursão policial pelas ruas da fronteira do Brasil com o Uruguai, onde estaria escondido um terrorista responsável pelo atentado. Joãozinho tem medo, mas Jacquet vai atrás de pistas e suspeitos, realizando suas próprias investigações. Ele não confia na atuação dos órgãos responsáveis.
O romance originou-se, como disse o autor, de um projeto de mestrado em Lógica apresentado na Pucrs há cerca de 10 anos e que não foi selecionado por questionar certos dogmas da disciplina. Diniz decidiu seguir com a escrita do romance e aproveitou no romance as questões e os exercícios de lógica que havia previsto para o trabalho acadêmico.
Os elementos de lógica, todavia, não dificultam a leitura da obra, que tem linguagem fluente, clara e envolvente. Num gênero não muito explorado na literatura brasileira, o romance do autor e o retorno do detetive, ao mesmo tempo que homenageiam as histórias policiais, trazem um sopro de novidade.
Questões envolvendo especulação imobiliária e relações entre poder político e grandes grupos empresariais, além de preconceito em relação a árabes, estão nessa narrativa sedutora, que se soma a outras que têm Porto Alegre como cenário.

Lançamentos

  • Cenas Mínimas (Libretos, 224 páginas, R$ 32,00) traz poemas da poeta, professora-doutora em Letras e ensaísta Maria do Carmo Campos, onde as cenas mínimas estão carregadas de instantes da autora, nossos e do mundo, como em Clepsidra: "Todavia/ o tempo é longo/ a vida breve/ a água fria./ Cada instante/ ou cena/ ainda que leve/ eterniza a brevidade/ onde nasce/ a poesia".
  • Tempo de voltar (Ardotempo, 104 páginas), da poeta Mariana Ianelli é uma "poética da memória e do porvir, da devolução do que se esqueceu, do que ainda se persegue e ignora", diz Maria Lucia Dal Farra. Alguns belos versos da obra: "É depois de perdida a casa/ aonde chegar/ por espirais de escadas/ com espelhos azulejados/ nos degraus/ é depois/ subindo de olhos fechados/ tocando de memória/ o corrimão".
  • Caixa Preta (Buqui, 136 páginas) de Patrícia Franz, colunista do jornal Ibiá e da revista Diversa, traz crônicas sobre amor, cidade, tempo, mar e poesia, entre outros muitos temas. Rubem Penz, na apresentação, diz que Patrícia é dona de uma prosa muito particular, intensa e livre, que casa bem com a crônica, namora com a poesia e troca bilhetes secretos com o humor. É por aí. Estreia madura.

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