21 de maio de 2016 | N° 18531
ANTONIO PRATA
SÊ-LO-IA, CLOTILDE!
Ai, Clotilde, você viu como ele fala bem? Elegante. Outra postura, né? É, “adevogado”. E aquela hora que ele falou assim, como é? Ah: “sê-lo-ia”! “Sê-lo-ia”, Clotilde! Imagina se o Lula ia falar uma coisa dessas? De improviso, ainda? Você viu os grampos do Lula?! Pra mim só aqueles palavrões já bastavam pro Moro prender. Falta de educação, né?
Não teve berço. Não, eu, desde 2003 que eu tenho aquele adesivo da mão sem mindinho no carro! Eu tenho no meu, o Gilberto no dele, a Vanessa no dela e o Gilzinho no dele. Quer dizer, tinha no dele, né, que o Gilzinho bateu de novo. Ah, sabe como é, garoto, vai na festa, bebe, adianta falar? Mas tá lindo o meu Gilzinho, tem que ver! Forte! Não, saiu do jiu-jítsu, graças a Deus!
Ele ia em festa, arrumava briga, cansei de ver o Gilberto saindo da cama de madrugada pra ir na delegacia molhar a mão de todo mundo. É, é da idade, eu sei. O Gilberto falou que no tempo dele fazia igualzinho, mas o pai dele era general, né? Um telefonema e resolvia, agora não. Agora é essa corrupção horrorosa, tem que dar dinheiro pra todo mundo. Tá, a Vanessa tá bem, sim. Um pouco gorda, pra variar... Até falei pra ela, outro dia, minha filha, vem cá, corre, vem ver a Marcela na TV, olha essa mulher!
Me diz, me diz se ela tivesse gorda que nem você quando o Temer apareceu lá em Paulínia? Imagina se o Temer ia se interessar por ela! Ela tava com 19, você já tá com 22, minha filha. Quando tinha passeata eu falava, Van, tem que ir! Só gente bonita! Assim de empresário! Assim de menino de família! Acha que ela me ouvia? Fazer o quê... No mais tudo bem, sim. Quer dizer, médio. O Lu tá com aquela alergia, de novo. As patas todas vermelhinhas, coitado. Não, troquei de veterinário, agora tô indo num que dá floral. É, floral. Ele falou que essa alergia do Lu podia ser psicossomática.
Ele perguntou: “Cês tão com algum problema na família, alguma coisa assim?” Problema? Não... Aí eu matei! Era esse clima horroroso do país que o Lu tava somatizando! Ele ouvia a Dilma na televisão, o grampo do Lula, o Gilberto xingando, a gente batendo panela... Cachorro é muito sensível. Até isso o PT fez com a gente, Clotilde! Mas parou, parou, vamos falar de coisa boa! Você foi na Francesca, ontem? Ah, nem me fala! Eu também! Meia hora parada esperando a polícia tirar aqueles vagabundos na rua, aí eu desisti.
Ó lá, caímos no mesmo assunto! Clotilde, eu vi os baderneiros pelo vidro do carro: que gente feia! Tão diferente da nossa passeata! E você não vê nenhuma bandeira do Brasil ali no meio! Ninguém de verde-amarelo! Eles não têm orgulho de ser brasileiros? Sabe que é isso, Clotilde? É Lei Rouanet. É, eu li no Face.
O governo roubava dinheiro da Petrobras e dava pros artistas, aí os artistas passavam direto pro MST, black blocs, pra esses baderneiros. Chico Buarque, Letícia Sabatella... Aquele velho que gosta de mostrar a bunda... Isso! Zé Celso! Sério! Tava no Face! Mas acabou, Clotilde! Acabou a palhaçada! Derrubamos os petralhas, depois vamos prender o Lula, depois o Chico, depois a pentelha da Letícia Sabatella, depois o velho peladão e depois sabe o que, Clotilde? Sabe o quê? Depois vamos comemorar que a gente recuperou nosso Brasil de volta! Em Aspen! Beijo, Clotilde! Amém!
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