09 de maio de 2016 | N° 18520
MARCELO CARNEIRO DA CUNHA
DOZE MACACOS EM UM FUTURO QUALQUER
Amigos, o futuro, ele é assustador. Pelo menos para quem acredita em coisas como aquecimento global, guerras biológicas, asteroides colidindo com a Terra e o fim da banda larga ilimitada.
De tempos em tempos, gente preocupada com o futuro cria versões pesadelísticas dele, nas quais alguém sai correndo de algum ano distante e vem até aqui tentar consertar o que deu errado. O Exterminador do Futuro é apenas um caso bem-sucedido nas bilheterias desse desejo de mudar lá adiante o que a gente estragou agora. Os 12 Macacos é outro, e, por coincidência, um sujeito é enviado para cá para encontrar uma beldade e, juntos, desentortarem o mundo.
O interessante é que essas histórias partem sempre de um pessimismo básico: está ruim, e vai ficar pior, mesmo que nem sempre as coisas andem desse jeito. Lá no mundo desenvolvido, por exemplo, eles recuperaram os seus rios, e as cidades são deliciosas, quando se pode pagar para morar nelas.
Na minha querida Berlim, por exemplo, usa carro quem quer, porque se vai e vem de bicicleta numa boa. O uso de energias limpas só faz aumentar, as pessoas começam a achar melhor comer coisas sem toneladas de agrotóxicos, e até a cerveja que se bebe hoje pode ser artesanal e muito melhor do que era.
O futuro, caros leitores, ainda é o que a gente vai criar. Os 12 Macacos nos ajuda a ficar com medo, o que costuma ser útil. A humanidade é meio macaca mesmo, muito macaca na verdade, e o medo segue sendo a nossa maior força motriz. Se assustem com o futuro, para melhor mudá-lo. Está na Netflix, e fica a dica.
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