06 de abril de 2016 | N° 18492
EDITORIAL
FAROESTE EM PORTO ALEGRE
Tiroteios diários, perseguições automobilísticas, assaltos a bancos e supermercados, execuções todas essas ações dignas de filmes policiais ou de bangue-bangue passaram a fazer parte da rotina diária dos porto-alegrenses, como se a capital gaúcha tivesse regredido aos tempos do faroeste. Só que não tem graça nenhuma: as cenas de violência são reais, fazem vítimas, disseminam o medo e a sensação de insegurança na população.
Não é apenas em Porto Alegre. As cidades do interior do Estado também estão entregues à criminalidade. E em algumas outras unidades da federação, talvez na maioria, a situação não é muito diferente. Traficantes dominam áreas urbanas, quadrilhas disputam espaço público e os contingentes policiais são sempre insuficientes para garantir segurança aos cidadãos.
Mais: quando a polícia age com eficiência e retira marginais de circulação, eles não demoram a voltar às ruas, por determinação judicial ou devido às carências do sistema prisional. A conclusão a que se chega é a de que o crime organizado está vencendo o Estado desorganizado.
Ainda que o combate ao crime deva ser precedido ou pelo menos acompanhado por investimentos na educação e em programas sociais, pois criminalidade se combate com desenvolvimento, o problema tornou-se tão grave e urgente, que talvez seja necessário começar com um reforço visível das forças policiais.
As pessoas precisam, primeiro, sentir-se mais seguras, para então aceitar e contribuir com ações de natureza social e educativa. Em pleno bangue-bangue não adianta chamar sociólogo ou professor: é hora do xerife.
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