terça-feira, 10 de janeiro de 2012



10 de janeiro de 2012 | N° 16943
PAULO SANT’ANA


Banheiro engarrafado

Fui à linda festa de formatura de cirurgiã-dentista da jovem Carmen Lúcia Riccardi Guimarães, no Clube Jangadeiros, quinta-feira.

A animação musical era liderada pelo Jorginho do Trompete, ele mandava aquele som, uma pauleira.

Em dado momento, tentei passar por aquela pequena multidão que dançava. Eu estava com forte vontade de fazer pipi.

Encontrei no meio das pessoas acotoveladas uma senhora vestida com uniforme de quem estava trabalhando na festa.

Perguntei a ela, no seu ouvido, devido ao som forte da música, onde era o banheiro.

Resposta dela: “O senhor não é o Paulo Sant’Ana?”.

“Sim, sou ele mesmo, mas preciso urgente de um banheiro”, gritei para a senhora.

Ela respondeu: “O senhor não vai ao banheiro sem tirar uma foto comigo. Há muito tempo desejava encontrar-me com o senhor, não vou deixar escapar esta oportunidade”.

Argumentei desesperado: “Eu tiro a foto com a senhora, prometo, mas depois de ir ao banheiro”.

A senhora funcionária me pegou pelo braço e saiu resoluta a procurar o celular de sua filha para bater uma foto comigo.

Atravessei o salão seguro por ela, demoramos para achar o celular. Enfim, batemos a foto, mas durou tempo a tarefa.

A senhora então disse: “Eu vou lhe levar agora no banheiro”.

E eu respondi: “Agora não preciso mais ir ao banheiro, consumatum est”.

As ofertas de produtos comerciais andam adoidadas. Um amigo meu foi comprar um xarope e o atendente da farmácia disse que custava R$ 20 por vidro, mas, se ele levasse seis vidros, isso iria lhe custar apenas R$ 40. Foi um desconto estonteante.

Eu mesmo, esses dias, fui comprar um vidro de sal de frutas. Preço: R$ 14. Mas me disse o atendente que, se eu levasse 50 vidros de sal de fruta, ele me cobraria apenas R$ 60 por todos.

Perguntei a ele como eu conseguiria consumir 50 vidros de sal de fruta, embora eu coma mocotó quase todos os dias.

E por aí vão as ofertas delirantes, há comerciantes que não se conformam em vender só uma unidade do produto e querem desovar todo o estoque em cima dos clientes.

Tem gente que vai comprar e tomar uma injeção nas farmácias e oferecem-lhe 10 injeções por preço incrivelmente tentador. Se uma injeção já me dói uma barbaridade, 10 injeções me poriam nocaute de tanta dor.

Dá vontade de comprar todo o estoque, mas, tenham a paciência, a gente só precisa de uma unidade.

Esses dias, eu queria comprar 10 caixinhas de band-aid, mas fui esperto: perguntei quanto era o preço de uma só caixinha. Resposta: uma caixinha custava R$ 4, mas, se levasse 10 caixinhas, custariam apenas R$ 10.

Fechei negócio na hora, com a sensação de que lograra o dono da farmácia.

Mas não, a coisa está mesmo neste pé: quem levar mais paga menos.

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