sexta-feira, 18 de janeiro de 2008



18 de janeiro de 2008
N° 15483 - Paulo Sant'ana


Terapia de casal

Marido e mulher, meus amigos, procuraram um psicanalista e pediram para fazer o que se chama de terapia de casal.

No consultório, o psiquiatra pediu à mulher e ao marido que cada um arrolasse 10 queixas contra o respectivo cônjuge, frente a frente.

O psiquiatra iria anotar as queixas e depois cada um deles faria uma análise de mérito, decidindo quem tinha razão e qual a conduta do cônjuge errado dali por diante.

Foram desfiando suas queixas o marido e a mulher, o psiquiatra anotando e dando opinião sobre elas.

Em dado momento, depois de 50 minutos de sessão, os outros casais que estavam na ala de espera passaram a ouvir gritos e barulhos de socos e pontapés, uma briga generalizada vinda de dentro do consultório.

Até que a porta se abriu e saíram de dentro do consultório o marido, a mulher, mais o psiquiatra, todos mostrando as roupas rasgadas e ferimentos.

Tinha acontecido o seguinte: em meio ao questionário do psiquiatra, às respostas dos cônjuges e às opiniões do terapeuta, estabeleceu-se uma rixa física entre os três.

No decurso da briga, virulenta e barulhenta, o psiquiatra conseguiu um milagre que nem um advogado de Direito de Família poderia ter conseguido com aquele casal: marido e mulher entraram em acordo, mas para agredir o psiquiatra a socos e pontapés.

Marido e mulher passaram envergonhados pela sala de espera onde estavam os casais postados na fila para serem atendidos.

O psiquiatra, também constrangido e sangrando no nariz, descabelado pelos tapas e chutes que recebera do casal, enfrentou assim mesmo os casais da sala de espera: "Quem é o primeiro?", perguntou.

Um marido baixinho que estava ao lado de sua mulher respondeu imediatamente: "Chegamos todos juntos!".

Recebi uma carta que me alegrou muito "Olá, SantAna, tudo bem? Meu nome é Darla Pereira. Escrevi para você há cerca de seis anos.

Relatei minha busca por emprego e como estava sendo discriminada por estar incluída no SPC e Serasa. Brilhantemente, você publicou minha carta, em sua coluna dominical.

O texto, intitulado A dor do desemprego, ao mesmo tempo em que me deixou fortemente emocionada, me trouxe uma inimaginável vontade de continuar a lutar, continuar minha busca por uma oportunidade. Enfim, continuar a viver e resgatar minha dignidade.

Lembro que uma de suas assistentes fez vários contatos comigo, me pedindo autorização para dar meu telefone para algumas pessoas que queriam me oportunizar um emprego, e até conversei com três delas.

A oportunidade veio cinco meses depois... não de algum contato feito através de sua assistente, mas de uma empresa que estava na mesma situação que eu me encontrava na época: quase falida, sem perspectivas, terminando.

Juntamos nossas forças e conseguimos dar a volta. Eu com minha experiência na área administrativo-financeira, a empresa acreditando e apostando em mim, enfim fizemos uma excelente parceria. Juntos vencemos. E é por isso que estou te escrevendo hoje.

Para te contar da minha vitória. Retomei minha vida... retomei a faculdade... paguei todas, absolutamente todas as minhas dívidas e hoje vivo outra realidade. Tenho muito a lhe agradecer. Agradecer por ter lido minha carta e ter dado importância a ela.

Agradecer por ter ajudado tantas pessoas que possivelmente se encontravam na mesma situação que eu naquela época. Quero te fazer um convite.

Um convite para minha formatura. Na verdade é formatura e despedida, pois estarei me unindo com meu namorido e irei embora para Caxias do Sul.

Com muito orgulho e carinho te faço esse convite, tenho a ousadia em fazê-lo, pois você me deu importância.

Muito obrigada. De coração. Segue em anexo meu convite. Um forte abraço! (ass.) Darla Pereira, Rua Vicente Failace, 500, apto. 303".

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