segunda-feira, 14 de janeiro de 2008



14 de janeiro de 2008
N° 15479 - Nico Fagundes


Série Gaúchos e Gaúchas de Todas as Querências

25. Fátima Gimenez

Ela é jovem, linda e cheia de classe. Parece uma princesa de conto de fadas e eu gosto de dizer que a Fátima deveria ter porte de arma para sair com aqueles olhos na rua...

Maria de Fátima da Silva Gimenez nasceu em Porto Alegre e foi guria travessa ali na Independência. O pai, músico e com sangue correntino nas veias, sempre a incentivava para cantar, maravilhado com sua voz.

Aos 12 anos, Fátima brilhava com repertório da jovem guarda dos programas da TV local. Tentou o piano, mas decorava as músicas e, quando a professora descobriu que ela não lia as partituras, terminou a carreira da jovem pianista. Mas gosta de tocar violão, instrumento que reserva mais para seus momentos do lar e da família.

Quando fazia parte do aplaudido Grupo Tempero, participou da Ciranda Musical Teuto Rio-Grandense de Taquara defendendo a canção Visões.

Foi o seu primeiro contato com o regionalismo. A atuação do grupo encantou Barbosa Lessa, Leonardo e Paulinho Pires. Não por coincidência, os três vão convidar o Grupo Tempero para defender obras suas na oitava Califórnia: Bambaquererê, de Barbosa Lessa, Assombração, do Leonardo e Súplica do Rio, de Paulinho Pires.

A Fátima destaca sempre a sua enorme admiração pelo grande Barbosa Lessa, que foi uma espécie de amadrinhador de seu trabalho e de seu ingresso decisivo no mundo do gauchismo.

Pouco depois, o Grupo Tempero, sob inspiração de Paixão Côrtes, começa a apresentar Terno de Reis, primeiro em Porto Alegre, depois em Brasília, Rio e São Paulo, deslumbrando o Brasil.

Mas a carreira solo de Fátima Gimenez só vai começar em 1983, quando vence a Seara de Carazinho defendendo Tapejaras do Amanhã, um poema de José Hilário Retamozzo com música de Heleno Gimenez. Aí não parou mais, vencendo como intérprete festival atrás de festival. Hoje são mais de 50 premiações.

Quero crer, porém, que a grande explosão na carreira da Fátima ocorreu quando defendeu a impactante canção Cabo Toco na quinta Vigília de Cachoeira do Sul. Cabo Toco foi uma gaúcha que lutou ao lado das forças dos provisórios da Brigada Militar.

A força pública estadual, aliás, confeccionou a farda que Fátima usou no palco, com garra invulgar. E, para maior emoção, a própria heroína inspiradora da canção, a própria cabo Toco, estava na platéia e subiu ao palco ovacionada pela multidão para abraçar a sua feliz intérprete.

Figura humana e sensível, querida de todo mundo, assim é Fátima Gimenez.

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