Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
domingo, 13 de janeiro de 2008
CLÓVIS ROSSI
Esse socialismo também quero
SÃO PAULO- Há furor no Reino Unido pelo fato de o ex-primeiro-ministro Tony Blair ter aceitado posto de consultoria na firma financeira JP Morgan Chase.
O jornal "The Guardian" diz que não se surpreendeu porque, "no posto [de premiê], ele ficava muito impressionado com dinheiro e pessoas ricas e agora perdeu o senso de como seu desejo de ganhar tanto, tão rapidamente, ofende os ideais de serviço público e os princípios fundamentais de seu partido" (o Trabalhista, social-democracia britânica).
O curioso é que, no Brasil, não houve nem mesmo um leve muxoxo sobre fato bem parecido, qual seja, a admissão por parte de José Dirceu, ex-todo poderoso do governo Lula, de que está prestando consultoria ao biliardário mexicano Carlos Slim, um dos homens mais ricos do mundo. Será que Dirceu vai alegar que está "socializando" (a seu favor) a imensa fortuna de Slim?
A reação de um lado e do outro do mundo parece indicar que o brasileiro toma como normal que políticos enriqueçam na atividade política e queiram permanecer ricos quando a abandonam (ou são forçados a abandoná-la, como no caso Dirceu, cassado).
Nada contra Dirceu ganhar dinheiro dando consultoria a Slim (ou a qualquer outro). É melhor do que ser chefe de uma "organização criminosa", acusação de que se defende no STF.
Mas tudo contra a hipocrisia e a desonestidade (dele e de intelectuais afins) de ficar desancando as elites ao mesmo tempo em que são parte delas e, pelo menos ele, se põe a soldo não de um membro qualquer da elite, mas de um supermilionário, conspícuo representante da cobertura do andar de cima.
O carnavalesco Joãozinho Trinta dizia que só intelectual gosta de pobre. Errou, João. No Brasil, nem intelectual. Político "socialista", então, nem pensar.
crossi@uol.com.br
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