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quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
31 de janeiro de 2008
N° 15496 - Luiz Pilla Vares
O eterno Cartola
Fiquei profundamente decepcionado e triste ao saber que a grande escola de samba Estação Primeira de Mangueira, patrimônio da cultura brasileira, não homenageará no Carnaval deste ano o mestre Cartola, que, se vivo fosse, estaria completando cem anos.
Cartola é o maior compositor da Mangueira, e a história da escola se entrelaça com a do autor de tantos clássicos imortais da MPB, como As Rosas Não Falam, O Mundo É Um Moinho, Acontece, Autonomia, Não Quero Mais Amar a Ninguém, Alvorada e tantos outros. Da mesma forma, a sua companheira de toda a vida, a célebre Dona Zica, tornou-se um símbolo da Mangueira.
E não adianta a direção da escola afirmar que Cartola já foi suficientemente homenageado pela Mangueira: o compositor, assim como sua obra, é inesgotável, e a omissão no ano de seu centenário é injustificável.
Razão de sobra quem tem é o também sambista Martinho da Vila, que criticou duramente o "tema patrocinado" e por isso se recusa a desfilar este ano em sua amada Unidos de Vila Isabel.
Na realidade, os "temas patrocinados" estão comprometendo cada vez mais a já combalida autenticidade. No fim, não se sabe mais o que é produto verdadeiro da arte do samba ou samba acobertando interesses propagandísticos e publicitários.
Mais esta capitulação de uma tradição já desgastada pelo gigantismo e pelo estrelismo televisivo é um crime contra uma arte genuinamente carioca que ganhou o Brasil inteiro.
Entretanto, ainda que Cartola tivesse se tornado célebre e se transformado em patrimônio da cultura brasileira à sombra da Mangueira, ele é muito maior do que a própria escola de samba.
Cartola transcende a Mangueira, e sua obra se tornou universal muito além dos limites da Verde e Rosa.
Inclusive cada uma de suas músicas se insere com destaque no rico repertório da poesia brasileira, em que inúmeros de seus integrantes se confessam incondicionais admiradores do autor de As Rosas Não Falam.
Aqui em Porto Alegre, uma escola pequena e pobre, mas muito ciosa da qualidade de suas músicas, a Academia de Samba Puro, fazendo jus a seu nome, escolheu o centenário de Cartola como o tema de seu desfile no complexo do Porto Seco. E sem patrocínio. Tomara que faça um belo desfile.
O eterno Cartola merece.
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