Desempenho recorde em três balanços gaúchos na bolsa
A temporada de balanços anuais segue a todo o vapor na B3 - a bolsa de valores do país. Algumas gaúchas listadas estiveram em destaque na semana.
É o caso da Gerdau, que, ontem, reportou a maior receita líquida de sua mais do que centenária história, em 2022, com R$ 82,4 bilhões. A cifra representa alta de 5% sobre 2021 e contribuiu para distribuir, nada menos do que R$ 6 bilhões (R$ 3,63 por ação) em dividendos, outra marca inédita da companhia.
- Mostra a capacidade de transformação e de se seguir compartilhando valor, oferecendo produtos e serviços mais inovadores e sustentáveis - declarou o CEO, Gustavo Werneck.
Um dia antes, na terça, os holofotes miravam a dupla de Caxias: Randon e Marcopolo, ambas com desempenho acima das estimativas. Fabricante de carrocerias, Randon também teve a maior receita líquida da sua história, com R$ 11,2 bilhões, 23% acima do ano anterior.
- Encerra um ciclo intenso e desafiador, do qual saímos com sensação de dever cumprido. Mesmo em um cenário complexo e com alta competitividade em nossos mercados de atuação, atingimos recordes históricos de receita - resumiu o CFO, Paulo Prignolato.
Na vizinha Marcopolo, a expectativa era maior. A produtora de ônibus da Serra frequentava, junto de Weg e Embraer, o topo da lista de otimismo dos investidores em pesquisa prévia do Bradesco.
Com lucro líquido de R$ 265,3 milhões, somente no último trimestre de 2022 - quatro vezes superior ao de igual período de 2021 -, a performance não decepcionou as apostas. A receita líquida do ano passado seguiu a batida: R$ 5,4 bilhões, 54,8% de acréscimo sobre os 12 meses anteriores.
Em comunicado, a companhia diz que a entrega de 4.167 unidades (+37,5%) foi puxada "pela retomada dos mercados de ônibus em 2022, com passageiros e usuários voltando a viajar normalmente". Outras gaúchas já divulgaram balanços em fevereiro, caso de Banrisul, Kepler Weber, Renner e Irani. Hoje, será a vez da Grendene.
Aporte de R$ 2 milhões na expansão
A Tutto, startup de Caxias do Sul, que atua na área de recursos humanos (RH), quer expandir a presença no país. Criada em 2021, a HRtech (como são chamadas as soluções tecnológicas de RH) desenvolve plataformas para a gestão de benefícios corporativos, como o vale-alimentação, por exemplo.
O sistema calcula custos de contratação junto aos fornecedores, programa lançamentos em folha de pagamento e permite que os colaboradores acessem todas as suas informações de forma mais clara e fácil.
O mercado-alvo é formado por empresas com mais de 300 funcionários, e a meta é ampliar o número de colaboradores gerenciados pela plataforma - dos atuais 13 mil para 25 mil até o final do ano.
A expansão será viabilizada por um investidor-anjo, que já injetou R$ 2 milhões no negócio. A cifra servirá, principalmente, para aumentar a equipe comercial e fomentar outras iniciativas no radar.
Atualmente, a carteira é composta por 50 clientes, a maior parte deles localizados na Região Sul do país.
Banco de imóveis
A Loft, startup de compra e venda de imóveis, escolheu Porto Alegre para iniciar mais um projeto. Trata-se do proptech - banco de dados único, com informações atualizadas de ofertas de venda na Capital -, que será disponibilizado para duas parceiras do marketplace.
A solução permite que os corretores dessas empresas pesquisem em um só lugar, e não em sistemas próprios. A startup Loft diz que a mudança, testada no último trimestre de 2022, no bairro Petrópolis, aumentou em três vezes o número de visitas nos locais anunciados. O acesso à ferramenta nas demais regiões da cidade foi aberto na semana passada.
- Quando pede-se um carro por aplicativo, informa-se o destino e a empresa localiza o motorista. Não precisa falar com 10 motoristas diferentes até encontrar um. É o modelo que queremos aplicar nos imóveis - compara o vice-presidente de parcerias da Loft, Diogo Elias.
Curadoria para aluguéis
Para facilitar a busca por imóveis em bairros de Porto Alegre considerados "bem localizados", a Auxiliadora Predial lançou uma opção personalizada. Trata-se do selo Auxi Plus, que oferece curadoria para que os clientes aluguem de forma "ágil e prática" imóveis com bom custo-benefício. A meta é que 15% do estoque da Auxiliadora seja incluído na novidade ainda em 2023.
A plataforma funciona como vitrine dos imóveis que cumprem com requisitos e atendam às exigências da empresa e de clientes para gerar maior valor de locação.
- Com o Auxi Plus, o público contará com uma experiência de curadoria, o que torna o seu lar diferenciado e especializado em conforto e comodidade. Vale ressaltar ainda que os imóveis listados na campanha seguem uma série de requisitos com o objetivo de tornar a experiência de busca e moradia a mais completa possível dentro da empresa - afirma Mário Soares, diretor de aluguéis da Auxiliadora Predial.
A iniciativa também vale para proprietários que desejam colocar o seu imóvel no site da Auxiliadora Predial. Bairros como Auxiliadora, Montserrat e Moinhos de Vento estão incluídos na lista elaborada pela empresa. Soares reforça que os proprietários de imóveis fora dos critérios podem ser auxiliados por consultoria a atingirem os padrões pedidos pelo negócio.
Atuação em fórum de refugiados da ONU
O escritório Tozzini Freire Advogados, com atuação em Porto Alegre, acaba de ingressar no Fórum Empresas com Refugiados, da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e do Pacto Global da ONU Brasil. A iniciativa busca promover a integração de pessoas refugiadas no mercado de trabalho.
Além de se comprometer com a inclusão, a ideia é absorver algumas contratações e fornecer apoio no âmbito de ações de sustentabilidade e de diversidade já existentes na empresa.
Esse será mais um dos temas do programa, batizado de TFInclusão, que se sustenta em três pilares: TFDiversidade, voltado ao respeito à pluralidade; TFPro Bono, que possibilita de forma voluntária o acesso aos serviços jurídicos do escritório; e TFSocial, que busca fomentar o engajamento do escritório e da sociedade e construir um senso de coletividade.
Além de pessoas em situação de refúgio, outros quatro temas são trabalhados: gênero, raça, pessoas com deficiência e LGBTI+, e que ainda conta com uma área dedicada às empresas e aos direitos humanos. Segundo Ana Carolina Katlauskas Calil, sócia do escritório, a entrada no Fórum Empresas com Refugiados é uma ferramenta de aprendizado para o tema pouco debatido nas organizações.
- A adesão também fomenta a discussão na sociedade sobre o assunto para que possamos sempre estar atentos a como podemos contribuir socialmente, seja do de forma institucional ou em ações individuais - comenta.
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