Vaivém sobre a Venezuela
Mesmo passado mais de um mês das eleições da Venezuela, as ações e falas, tanto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto do assessor-chefe da Assessoria Especial da Presidência, Celso Amorim, continuam, como classificou o professor de Relações Internacionais Leonardo Trevisan em entrevista à coluna no mês passado, "pisando em ovos".
Para entender o vaivém, é necessária uma lupa para meses atrás. Ainda em outubro de 2023, o governo de Nicolás Maduro e parte da oposição da Venezuela assinaram o acordo de Barbados, definindo que as eleições presidenciais seriam realizadas no segundo semestre de 2024, com a presença de observadores internacionais. Na ocasião, o Lula saudou o ato.
Contudo, a reviravolta venezuelana começou ainda em janeiro deste ano. O regime madurista proibiu a opositora María Corina Machado de concorrer. Neste momento, os olhos internacionais se voltaram para o país latino, preocupados em como se daria o pleito. Em referência ao caso e a Corina Machado, Lula disse:
- Ao invés de ficar chorando, eu indiquei um outro candidato - citando o seu caso em 2018.
Com a candidata impedida, a oposição indicou o diplomata Edmundo González Urrutia. Uma onda de manifestações da oposição surgiu no país, levando a uma campanha acirrada.
No dia 18 de julho, o Maduro disse que poderia haver um "banho de sangue". Lula reagiu:
- Eles que elejam os presidentes que quiserem.
Entretanto, diante da pesada reação de líderes internacionais contra Maduro, Lula voltou a falar e se mostrou assustado. Maduro retrucou:
- Quem se assustou que tome chá de camomila.
Às vésperas das eleições, foi a hora de os observadores internacionais chegarem ao país. O Brasil, que iria enviar representantes, cancelou a ida após acusações sobre as eleições brasileiras.
Neste momento, tanto o Brasil quanto líderes e órgãos internacionais já não sabiam como se daria a eleição e se cumpriria a democracia, diante das manifestações e falas inflamadas do chavista.
Passado o 28 de julho e com o Conselho Nacional Eleitoral ratificando Maduro como vencedor, iniciou-se uma onda de tensão em busca das atas que comprovassem o resultado. Dois dias depois, Lula disse sobre o pleito:
- Não tem nada de grave - disse.
Um dia depois, diversos países pediram a apresentação das atas. Alguns até já reconheceram a vitória de González. Brasil, Colômbia e México também pediram os registros.
Nova eleição
Em seguida, e sem sinais de que o venezuelano apresentaria as atas, Amorim sugeriu uma "segunda eleição". A ideia foi rechaçada, inclusive pelos próprios opositores da Venezuela.
Neste momento, Lula começou a mudar o discurso. Da indiferença ao pleito e certa cautela na amizade com Maduro, começou a mostrar preocupação, cobrando as atas em diversas ocasiões.
Na segunda-feira, a Justiça da Venezuela emitiu mandado de prisão contra González. Dez países da América Latina condenaram o ato. O Brasil expressou "profunda preocupação".
A indecisão eleitoral na nação vizinha continua, e parte da população brasileira e internacional cobra mais firmeza do governo brasileiro. Agora, resta saber quais serão os próximos atos: continuar "pisando em ovos" ou seguir demais líderes com pulso firme diante da situação. _
Expectativa é que módulos da Cadeia Pública fiquem prontos em outubro
O Fórum da Questão Penitenciária, grupo liderado pela Associação dos Juízes do RS (Ajuris) e outras sete entidades, realizou ontem vistoria às obras da Cadeia Pública de Porto Alegre - antigo Presídio Central.
Uma das frentes fica nos pavilhões, que darão lugar a nove módulos e deverão estar prontos em outubro. Cada um conta com celas para quatro ou seis presos, com banheiro, áreas para convívio e banho de sol.
Também haverá área administrativa e de trabalho para os presos. A construção teve início em junho de 2022 e o Fórum foi criado em 2012, para acompanhar a situação do então Presídio Central de Porto Alegre.
A campanha de Kamala Harris usando tênis
Logo que Joe Biden, desistiu da corrida eleitoral americana e tudo se encaminhou para que Kamala Harris o substituísse - fato que foi confirmado -, o nome da vice-presidente trouxe um ar de esperança e jovialidade para o Partido Democrata.
Antes, Biden era apontado pelos republicanos como "velho", que já não apresentava mais qualidades para continuar no cargo e que deveria sair da corrida eleitoral. O debate com Donald Trump no final de julho já havia mostrado um presidente que, por vezes, se apresentou perdido em seus discursos.
Agora na disputa, Kamala tem confirmado sua personalidade "jovem" ao público. A democrata tem feito boa parte de suas agendas de tênis, usando modelos e variações de All Star, da marca Converse.
Não é de agora que a democrata utiliza esse estilo.
Nas eleições de 2020, já usou essa combinação, montando o look de terno social e tênis.
Na última semana, Kamala voltou a utilizar seus tênis. Em campanha no Geórgia, ao lado de Tim Walz, a candidata democrata à presidência combinou tênis Converse pretos com seu colar de pérolas e correntes, revivendo a moda criada ainda em 2020 chamada de "chucks and pearls", ou seja, os tênis e as pérolas.
MPF analisará obra no Litoral
Prefeitos de cinco municípios, representantes de Ministério Público Estadual, Defensoria Pública, Corsan e Fepam participaram ontem de reunião no Ministério Público Federal (MPF) para debater a construção de tubulação que levará efluentes da ETE II, em Xangri-lá, até o ponto de descarte final, na bacia do Rio Tramandaí.
A Corsan e a Fepam puderam apresentar documentos que sustentam a viabilidade da obra e os índices de tratabilidade.
Os prefeitos também puderam se pronunciar, colocando suas posições quanto à construção.
- Foram apresentados os estudos e ouvidas as partes. Hoje, não há fundamentos técnicos ou jurídicos para parar a obra - explicou o procurador da República Cláudio Terre do Amaral.
Agora, o MPF irá encaminhar os documentos apresentados por Corsan e Fepam para análise técnica, que deve ficar pronta em meados de outubro. O MPF também analisará requerimento do Movimento Unificado em Defesa do Litoral Norte Gaúcho, que aponta potencial de impactos ambientais para barrar a obra.
Esse requerimento tem aproximadamente 400 páginas com argumentos contrários à obra - pontuou o procurador.
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