ADAPTAÇÃO E RESILIÊNCIA - Vinicius Coimbra
ADAPTAÇÃO E RESILIÊNCIA
Adaptação e resiliência. Como funcionará o comitê criado para ajudar o RS a lidar com crise
Grupo é formado por 43 estudiosos de diversas áreas do conhecimento. Poder Executivo quer que projetos sejam analisados antes do investimento público. Um dos primeiros trabalhos será o de avaliar planos de contenção de cheias na região metropolitana de Porto Alegre
O governo estadual instalou o Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática durante uma reunião no Palácio Piratini, em Porto Alegre, na manhã de ontem. O grupo é formado por 43 pesquisadores e especialistas de instituições do Rio Grande do Sul, outros Estados brasileiros e do Exterior. A iniciativa também terá espaço para consultores de fora do comitê.
Os cientistas terão atribuições consultivas e propositivas em ações e políticas públicas voltadas para a adaptação e resiliência climáticas.
A principal forma de atuação será por meio de pareceres, ou seja, o governo estadual pedirá a avaliação dos especialistas quando elaborar projetos para lidar com a crise climática. A decisão dos investimentos, porém, seguirá com o Executivo.
- O comitê terá absoluta liberdade para atuar. A partir do conhecimento científico, vamos orientar as ações do governo. São recursos volumosos que serão investidos e precisamos reduzir a chance de erros. A ciência tem de ser respeitada: ela terá espaço para debater, entender os caminhos e nos orientar - disse o governador Eduardo Leite, que conduziu a reunião.
O comitê tratará de diversos temas, desde sistemas de proteção de cidades até estudos voltados para a ativação econômica e questões de saúde pública. Serão abordados tópicos como desassoreamento de rios e córregos, mapeamento topográfico, sistemas de alertas mais avançados e cultura de prevenção.
Tarefas
Uma das primeiras tarefas dos estudiosos será avaliar projetos para enfrentar cheias no Delta do Jacuí, em Eldorado do Sul, e no Arroio Feijó, em Alvorada e Porto Alegre. Esses levantamentos foram feitos antes da enchente de maio. O governo quer que os estudiosos avaliem se os projetos devem ser melhorados ou se podem ser executados.
Os cientistas do grupo integram diversas áreas do conhecimento e têm projetos relacionados com a emergência e a crise climática. Três integrantes do comitê serão remunerados: Joel Goldenfum, que será secretário-executivo, e duas assessoras-técnicas, Alexandra Passuello e Eliana Dienstmann. A coordenação do Comitê Científico é de Simone Stülp, secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia.
- São pessoas que têm uma trajetória de construção de projetos, não é somente um olhar acadêmico: há uma conexão do conhecimento produzido à sociedade e para a construção de um Estado mais resiliente - pontuou Simone.
Os especialistas terão reuniões semanais. O próximo encontro está marcado para terça-feira, 2 de julho. O Comitê Científico integra o Plano Rio Grande, criado para enfrentamento aos efeitos das cheias. _
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