Circo atingido calcula prejuízo de R$ 100 mil
O circo Bonaldo D?Itália tinha acabado de erguer a sua lona no bairro Harmonia, em Canoas, quando a chuvarada histórica caiu sobre o Estado. Diante do cenário, a família que comanda a atração há quase 30 anos não pôde fazer muita coisa além de abandonar a estrutura e rezar para que a água não castigasse demais o seu ganha-pão. Não adiantou. A enchente chegou a 4 metros, inundando o picadeiro, o caminhão, os trailers - que são moradias -, e as motos do globo da morte.
Dos 15 trabalhadores que tiravam seu sustento do Bonaldo D?Itália, seis decidiram abandonar o projeto, afinal, muitas incertezas pairavam sobre o futuro do circo, e as pessoas precisavam ir atrás de outra fonte de renda urgentemente. Agora, são nove artistas que estão tentando reerguer o que sobrou e tocar adiante o sonho de Primo Augusto Bonaldo, veterano trapezista que idealizou o circo.
A filha de Primo, Virgínia Vanessa Bonaldo, além de artista, também é coordenadora-geral do circo criado pelo pai. Ela conta que o prejuízo é de mais ou menos R$ 100 mil.
- A gente chegou aqui uma semana antes da enchente. Só trabalhamos dois dias e choveu - relata.
Por enquanto, os nove integrantes estão conseguindo se manter por meio de doações, após disponibilizarem um Pix em suas redes sociais.
Acalento
Alessandra Matzenauer, que atua como palhaça no circo, comenta que enquanto o cenário não retorna ao que era antes da enchente, os artistas tentam levar seu trabalho aos afetados, mesmo sem retorno financeiro.
- É nutritivo, tanto para o artista quanto para o público, se fortalecer da arte neste momento, diante de tanta destruição e tanta impotência que a gente está vendo. É uma forma de resistência, de atravessar este momento deixando vivo aquilo que é importante em nós. É um acalento - observa Alessandra.
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