17 DE JUNHO DE 2024
INFORME ESPECIAL
Justo agradecimento
A Ulbra transformou o campus universitário de Canoas, na Região Metropolitana, no maior abrigo de pessoas e animais do Estado no auge da catástrofe climática. Chegou a acolher cerca de 7,5 mil pessoas nos primeiros dias de maio, dando exemplo de solidariedade, apesar das dificuldades.
Parte dos abrigados foi separada em grupos nas salas de aula e nos complexos esportivos, de acordo com alguns critérios, como idosos e enfermos, adultos com filhos pequenos e com mascotes.
No segundo andar do prédio 14, foram reservados espaços para famílias atípicas, em especial, com meninos e meninas com transtorno do espectro autista.
Antes de irem embora, na última semana, as famílias fizeram questão de deixar mensagens de agradecimento nas lousas (veja a foto), que agora voltarão a ser usadas para a retomada das aulas.
Gatunos da enchente
Muitas histórias de dedicação, compaixão e superação emergiram da tragédia climática que vivemos - e elas são a maioria, como tenho, inclusive, destacado aqui. Mas também vieram à tona (e seguem vindo) casos incompreensíveis de gente que decidiu tirar vantagem do sofrimento alheio.
Primeiro, foram os furtos a residências e a negócios atingidos pela cheia, apesar de todo o trabalho das forças de segurança no enfrentamento da crise e na tentativa de coibir os ataques vis.
Desafiando as autoridades, hordas de criminosos, sabe-se lá como, arrombaram portas e janelas e, mesmo com a água alagando tudo, furtaram o que encontraram pela frente. Faltam adjetivos para definir tamanha covardia e falta de compaixão. O delegado Sandro Caron, secretário de Segurança Pública, foi certeiro ao declarar guerra aos contraventores.
Agora, vemos políticos e servidores públicos sendo investigados por suspeita de embolsar doações destinadas às vítimas da catástrofe. É o fim da picada. Desde a última semana de maio, houve pelo menos seis ações contra supostos desvios, como já detalhou o colunista Humberto Trezzi. As investigações são prioridade para o Ministério Público e a Polícia Civil, e é assim que tem de ser.
Os envolvidos - que negam as irregularidades - terão direito de defesa. Se houver provas de fraude, que sejam denunciados e respondam pelos crimes nos rigores da lei. E que seja o mais rápido possível, como a sociedade merece e espera.
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