segunda-feira, 17 de junho de 2024


Duplicação de voos na Base Aérea de Canoas depende de melhorias

Oferta semanal vai pular de 35 para 49 nos próximos dias, mas poderia chegar a 70 com aprimoramento da infraestrutura

Com a perspectiva de interrupção das operações do Aeroporto Internacional Salgado Filho até dezembro e em meio a queda de braços entre o governo federal e a concessionária Fraport, que pede verbas da União para reparar os estragos causados pela enchente, a ampliação da chamada malha aérea emergencial do Estado se torna ainda mais desafiadora e necessária.

Desde 10 de maio, os seis aeroportos ativos para voos comerciais no Estado tiveram ampliação da oferta. De 7 mil assentos disponíveis por semana, saltou para 17 mil, sem contabilizar os acréscimos nas cidades catarinenses de Florianópolis e Criciúma. Ambas também servem para o embarque e o desembarque de quem precisa de deslocamento no RS.

Considerada a alternativa mais viável ao Salgado Filho, a Base Aérea de Canoas hoje conta com 35 voos semanais. Junto a Caxias do Sul, responde por 51,7% da atual disponibilidade aérea do RS. Nos próximos dias, passará a ter 49, mas poderia suportar até 70 pousos e decolagens. É o que diz a presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Jurema Monteiro. A ampliação, assinala a executiva, depende de melhorias na área de movimentação dos passageiros. A estrutura montada no Park Shopping Canoas, em tempo recorde, não sustentaria sozinha esse aumento de demanda.

Por outro lado, uma nota técnica publicada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em 9 de junho autoriza a inserção de dois slots (horários de chegada e partida de voos) nesta semana e outros três slots na próxima, quando se atingirá o total de 10 frequências diárias ou as 70 semanais mencionadas pela presidente da Abear. Mas não há informações sobre sobre as providências tomadas para as melhorias nas áreas de circulação de passageiros.

Alternativas

Outra possibilidade, comenta Jurema, seria viabilizar novas operações em aeroportos que estão inativos para a aviação comercial.

Segundo ela, a entidade e as companhias aéreas chegaram a prospectar alguns aeroportos do Estado mas, em todos os casos, a intenção esbarrou na inviabilidade de promover os ajustes necessários para atingir critérios mínimos de segurança operacional.

A própria CEO da Fraport, Andreea Pal, admite ter avaliado a disponibilidade de Torres, local considerado privilegiado em razão das condições da estrada de acesso à Capital. Mas o tamanho do investimento demandado em pista e infraestrutura fizeram com que a ideia fosse descartada.

A malha aérea disponível contabiliza, em média, 116 voos semanais. Com a ampliação em Canoas para 70 voos semanais, chegaria a 151. O volume seria ainda bastante abaixo da média diária fixada em 180 voos (216 nos dias de maior movimento) pelo anuário 2023 do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea).

Por isso, o órgão garante que "providências são adotadas no sentido de ampliar gradativamente o número de voos". Ainda de acordo com o texto, não há definições sobre a inclusão de novos aeroportos na malha emergencial.

RAFAEL VIGNA

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