A INFÂNCIA ROUBADA MAIS UMA VEZ
O Rio Grande do Sul, reconhecido por suas paisagens naturais e sua capacidade de trabalho, tem enfrentado desastres devastadores. Um dos grupos mais vulneráveis nesse cenário são as crianças sob vários aspectos: físico, emocional, social e educacional. As inundações representam grave ameaça à integridade física dos pequenos. Nas enchentes, o iminente perigo vem dos afogamentos, e o contato posterior com águas contaminadas eleva os riscos de leptospirose, hepatite e diarreia. Com a chegada do inverno e o convívio com aglomerações potencializado pelas enchentes, multiplica-se a transmissão de doenças respiratórias que vão se intensificar em breve.
A falta de acesso a serviços de saúde adequados e a escassez de pediatras na rede aumentam o risco à saúde das crianças. Para elas, além dos impactos físicos, os efeitos das inundações sobre a saúde mental podem ser duradouros. Aquelas que experienciaram desastres naturais costumam apresentar sinais do trauma, como ansiedade, depressão e insônia. A perda de referências, domicílios e familiares, assim como a interrupção das rotinas de convivência nas escolas, exacerbam esses sintomas.
A dificuldade de retorno ao lar ou a migração para novas regiões conduzem a perdas de amizades e redes informais de apoio, diminuindo a sensação de segurança e pertencimento das crianças.
É sabido que a educação infantil é severamente prejudicada nos locais afetados por desastres naturais. Escolas destruídas ou utilizadas como abrigos temporários comprometem o processo de aprendizagem, contribuindo para a evasão escolar. No RS, não há indícios de que isto será diferente.
Os governantes têm que cumprir com suas responsabilidades, honrando os votos que um dia foram de confiança. Neste momento de reconstrução, é crucial garantir saneamento básico, infraestrutura para escolas, serviços de apoio emocional às famílias, melhor acesso e qualidade dos serviços de saúde, além de ampla campanha de vacinação. Somente com um esforço conjunto e coordenado será possível minimizar os impactos devastadores das inundações sobre as crianças. Para o futuro do RS, tão importante quanto medidas de reestruturação da infraestrutura é assegurar a saúde e a educação da população infantil. As inundações representam grave ameaça à integridade física dos pequenos
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