terça-feira, 20 de setembro de 2022


20 DE SETEMBRO DE 2022
ARTIGOS

O EXEMPLO JAPONÊS

Fui um dos primeiros a pegar a covid-19, lá em março de 2020. Naquela época, pouco se sabia sobre a doença. Palavras e expressões como teste RT-PCR, antígeno, oxímetro, distanciamento social, Coronavac, entre tantas outras, eram consideradas grego para os leigos como eu. Fiquei uma semana hospitalizado, mas, felizmente, consegui me curar sem nenhuma sequela.

Passados 30 meses da minha temporada hospitalar e já tendo tomado três doses da vacina (por descuido, atrasei a quarta dose), me contaminei pela segunda vez. Fiz o PCR assim que comecei a sentir alguns sintomas suspeitos e positivei. Agora, aqui estou eu, desta vez em casa, escrevendo este texto, recluso e em total isolamento.

Naturalmente que o assunto virou pauta de todas as minhas conversas no atual confinamento, sejam em videoconferências profissionais ou bate-papo com os amigos. Embora algumas pessoas ainda fiquem impactadas e preocupadas com o vírus, ouvi muitas frases do tipo: eu peguei algumas gripes ultimamente e não fiz o teste; agora vai ser assim mesmo, temos que conviver com o vírus; vai ser como uma gripe?

Porém, acredito que valem algumas reflexões. Será que realmente estamos no apagar das luzes da pandemia? Será que não corremos ainda o risco de uma nova e avassaladora cepa? Podemos realmente baixar a guarda e não nos cuidar mais? E quais são todas as consequências da "covid longa", que pode se manifestar mesmo em casos leves? Evidente que não tenho as respostas para essas perguntas. Provavelmente, ninguém as tem.

É evidente que estamos todos cansados e queremos viver uma vida normal e sem restrições. Mas, por outro lado, mesmo se não houver novas mutações significativas nesse vírus, uma coisa é certa: ele continuará entre nós. Portanto, nunca é demais lembrar que é muito importante estar sempre em dia com a vacinação.

Além disso, bem que poderíamos seguir o bom exemplo dos orientais. Em países como o Japão, há muitas décadas, portanto muito antes da covid-19, quem está com sintomas gripais usa máscaras. Isso para evitar a transmissão de patógenos às pessoas que estão à volta. Lição que foi aprendida em pandemias anteriores, mantida através de gerações e extremamente importante na realidade atual. Torço para que essa moda pegue por aqui também. Afinal, coletivismo e respeito ao próximo, atributos tão raros nos dias de hoje, fazem muito bem à saúde. 

Empresário - FERNANDO GOLDSZTEIN

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