24 DE SETEMBRO DE 2022
VACINAÇÃO
QUE A GENTE NÃO PERCA MAIS NENHUMA CRIANÇA PARA A PÓLIO
SEM ACESSO À VACINA, SADI PIEROZAN FOI DIAGNOSTICADO COM PARALISIA INFANTIL NOS PRIMEIROS MESES DE VIDA
Na foto que ilustra esta reportagem, o escritor e analista aposentado Sadi Pierozan, 56 anos, abraça, sorridente, o personagem Zé Gotinha, símbolo da campanha contra a poliomielite no Brasil. Em 20 de agosto, Dia D de vacinação, Pierozan participou do evento na Redenção, em Porto Alegre, tentando sensibilizar as famílias para a importância da imunização das crianças em um cenário de queda nos índices que persiste há anos. Quer evitar que histórias de dor e sacrifício como a sua se repitam.
Natural de Vanini, no norte do RS, Pierozan teve paralisia infantil diagnosticada nos primeiros meses de vida - de repente, a perna esquerda ficou flácida e teve o desenvolvimento prejudicado. Ele é incapaz de enumerar todas as cirurgias a que foi submetido durante a infância, passada longe dos pais, na Capital, para que pudesse receber tratamento no Educandário São João Batista, em regime de internato.
O analista mora em Canoas, na Região Metropolitana, é casado com a dona de casa Sônia Maria Gomes da Silva Pierozan, 57 anos, e pai de Monique, 27, e Luana, 17. Coordena a Subcomissão da Pólio no Distrito 4670 da rede Rotary, que abrange cerca de 60 clubes em 33 municípios. Recentemente, esteve em São Paulo, palestrando sobre o tema.
Nesta conversa com ZH, ele relembra episódios marcantes de sua trajetória e faz um apelo emocionado pelo comparecimento às unidades de saúde. Diante da baixa adesão, o governo federal decidiu estender a campanha, direcionada à faixa etária entre um e quatro anos, até o final de setembro. Até o momento, o Rio Grande do Sul, por exemplo, atingiu somente 50% da meta, de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (SES).
- Vacinar é um ato de amor. Que a gente não perca mais nenhuma criança para a pólio. Depois de tantas décadas de vida, de tudo o que eu conquistei, já ficou para trás aquela vergonha de andar na rua, mas demorei para aceitar. Me emociono mais com a possibilidade de perdermos essa guerra - diz Pierozan, que tem problemas de mobilidade até hoje.
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