24 DE SETEMBRO DE 2022
OPINIÃO DA RBS
A RETA FINAL DO PRIMEIRO TURNO
O país está entrando na semana que antecede a votação do próximo domingo, 2 de outubro. Com a aproximação da data do primeiro turno, chega a hora de o eleitor, na reta final, aprofundar a reflexão sobre o voto que registrará para presidente da República, governador, senador e deputado federal e estadual. É o momento para consolidar a opinião, reconsiderá-la ou buscar as informações necessárias para um sufrágio consciente.
Será a escolha definitiva ao menos para os parlamentos, uma vez que, nas disputas relacionadas ao Executivo, se prevê um segundo turno caso um dos candidatos não alcance 50% mais 1 dos votos válidos. Está em jogo, portanto, a triagem dos legisladores que pelos próximos anos - quatro no caso dos deputados e oito no dos senadores - serão especialmente responsáveis pela elaboração de leis. É patente que a disputa pelos cargos de presidente e de governador costuma galvanizar mais as atenções. Mas o aperfeiçoamento da democracia exige o mesmo rigor na seleção dos parlamentares que estarão nas assembleias e no Congresso Nacional a partir do próximo ano. Para todos os cargos, é imprescindível conhecer o histórico, propostas e causas defendidas. Traçar paralelos com os concorrentes, da mesma forma, ajuda em uma escolha mais lúcida e com menor margem de erro, a partir da linha de pensamento e demandas do próprio eleitor.
Para as candidaturas, a melhor das expectativas é a de que privilegiem proposições nestes últimos dias antes do primeiro turno. A população deve ser convencida a partir de plataformas robustas e factíveis. Muito mais do que promessas mirabolantes, à sociedade e ao eleitor interessa saber, sem tergiversação, como os planos serão executados e de onde sairão os recursos. Na realidade orçamentária, é consabido, costumam não caber todas as juras de quem disputa o voto.
Uma campanha eleitoral também pressupõe que os candidatos sejam questionados duramente, inclusive por seus adversários. Expor contradições, cobrar posturas do passado e mostrar fragilidades de propostas fazem parte do jogo da democracia. São ações saudáveis e ajudam o eleitor. Os últimos debates servirão a este propósito. Há disputas em que as tendências de longo prazo se confirmam, mas existem também casos de reviravolta à medida que chega o dia da votação. Estratégias de última hora podem variar. Só se deseja que o bom combate seja travado à luz do dia e com os argumentos como únicas armas, sem ataques pessoais ou que façam uso do submundo apócrifo virtual.
A jovem democracia brasileira precisa ser protegida, em todas as suas dimensões. Assim, resta também esperar que as candidaturas tenham sensatez e meçam palavras para não incentivar a violência derivada de visões políticas diferentes. Eleição é um confronto só de ideias. O objetivo final de construir um país e Estados mais prósperos e com oportunidades para todos é comum a todas as vertentes. As divergências se situam no caminho a trilhar para alcançar esse propósito. Quem decide é o eleitor.
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