26 DE SETEMBRO DE 2022
CAPA
Apetite pelo Guns N' Roses
Em sua quarta passagem pela Capital, banda norte-americana tocará sucessos da carreira hoje à noite na Arena do Grêmio
Os anos passam, canções são esquecidas e pessoas ficam pelo caminho. Tudo se transforma. Mas há amores que sobrevivem ao tempo. Que se renovam. Ou que são reacesos vez ou outra, como pode ser o caso do Guns N' Roses. Décadas se foram, e a introdução de Sweet Child O? Mine continua matadora. A farofada de November Rain permanece irresistível. Patience segue assobiável. A grama ainda é verde e as moças são bonitas em Paradise City.
Reaquecendo as paixões dos fãs, o Guns N' Roses se apresenta na Arena do Grêmio hoje, a partir das 21h (veja detalhes sobre ingressos na página 3). Os portões serão abertos às 17h, e a banda Tokyo Drive toca às 18h30min. Menores de 18 anos devem entrar acompanhados de pais ou responsáveis.
É a quarta vez do Guns na capital gaúcha: a primeira foi em 2010, no estacionamento da Fiergs, com aquelas fatídicas quatro horas de atraso; a segunda foi novamente na Fiergs, em 2014; e a terceira, em 2016, no Beira-Rio.
Desta vez, a banda desembarca no Estado com a turnê Guns N' Roses Are F' N' Back!, sendo um dos 13 shows que integram o itinerário do grupo pela América do Sul - oito deles no Brasil. Da formação original, há o vocalista Axl Rose, Slash na guitarra e Duff McKagan no baixo. Somam-se a eles o guitarrista Richard Fortus, o baterista Frank Ferrer e Dizzy Reed e Melissa Reese nos teclados.
Em sua quarta passagem, o Guns traz como novidade o EP Hard Skool, lançado em fevereiro deste ano. Além da faixa-título, a banda tem incluído Absurd no repertório, presente no álbum. Mas, no geral, o setlist foca trabalhos dos anos 1980 e 1990.
Pelo que se viu nas apresentações anteriores, o Guns abre os shows com uma dobradinha do primeiro disco, Appetite For Destruction (1987): It?s So Easy e Mr. Brownstone. Chinese Democracy, que batiza o último disco de estúdio da banda - lançado em 2008 -, tem sido a terceira música. Em seguida, vem Slither, do Velvet Revolver (banda formada por Slash, Duff e outros ex-integrantes enquanto estavam fora do Guns).
Com duração que varia entre 2h30min e pouco mais de 3h, o show traz Axl e companhia presenteando os fãs com clássicos. Além dos hits citados no primeiro parágrafo, o Guns apresenta pedradas como Welcome To The Jungle, Nightrain, Estranged, You Could Be Mine e Civil War.
Também há espaço para as versões, como Knockin? On Heaven?s Door, de Bob Dylan, e Live And Let Die, originalmente de Paul McCartney e seu grupo Wings. Ambas as canções integram a era Use Your Illusion (1991). Em Attitude, dos Misfits, Duff assume os vocais - essa aparece no disco de covers The Spaghetti Incident? (1993).
Tudo isso em um palco com uma extensão de 24 metros de boca de cena e mais de 12 metros de altura. Os trabalhos para a montagem da área do show na Arena começaram na última semana.
Voz
Aos 60 anos, Axl Rose tem passado por problemas na turnê. Antes de um show em Londres, no dia 1° de julho, o vocalista teve uma crise de ansiedade. Ele precisou dormir no estádio onde ocorreu a apresentação e foi acalmado pela equipe de produção. No segundo dia de show na capital inglesa, Axl baixou o tom de algumas músicas para cantar, além de ter reduzido a apresentação.
Em seguida, a banda precisou cancelar uma performance em Glasgow, na Escócia, por problemas na saúde vocal do cantor. Pouco antes, Axl viralizou na web após desafinar em um show em Stavanger, na Noruega, no dia 15 de junho.
Durante show no Rock in Rio, em 8 de setembro, ele teve dificuldades para cantar em determinados momentos da apresentação. Sua voz falhou em alguns trechos, ofegando com frequência entre os versos das canções. Segundo o vocalista, a situação ocorreu por conta de uma tosse que tentou manter sob controle. Em suas redes sociais, ele pediu desculpas após o show.
Contudo, as últimas apresentações do Guns pelo país têm recebido avaliações positivas do público e da imprensa. Se a voz já não é mais a mesma, Axl tem compensado em esforço. Há o público para auxiliá- lo, cantando junto e reaquecendo nostalgias. Também há uma banda sólida por trás, com Slash ainda esmerilhando a guitarra. De qualquer maneira, é a história ainda viva do rock no palco.
WILLIAM MANSQUE
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