sexta-feira, 20 de maio de 2022


Mistério, embate entre fé e ciência e reflexão sobre o amor
A Serpente de Essex (Editora Intrínseca, 416 páginas, R$ 56,00), romance best-seller da premiada escritora britânica Sarah Perry, recebeu o Waterstones Book of the Year Awards e o British Book Awards, e Sarah foi indicada para outros importantes prêmios literários. O livro serviu de base para a série homônima do Apple TV , que estreou em 13 de maio passado e, em síntese, é uma combinação muito bem elaborada envolvendo história de mistério, embate entre fé e ciência e reflexão sobre diferentes formas de amar.
Sarah Perry é membro da Royal Society of Literature e é PhD em escrita criativa. Ela já publicou ensaios nos prestigiados Guardian, New York Times, Observer e London Review of Books. A Serpente de Essex é seu segundo romance. Esta narrativa que toca o cerne do gótico vitoriano e do mito britânico foi considerada pelo The Sunday Times como um dos romances históricos mais impressionantes da última década.
A narrativa é ambientada no final do século XIX e inicia com a morte do marido controlador da protagonista Cora Seaborne, em 1893, que, para recomeçar, depois de livrar-se de um relacionamento conjugal abusivo, saiu de Londres e resolveu morar num vilarejo do condado de Essex, sudeste do Reino Unido, em busca de, literalmente, novos ares, quem sabe mais frescos que os londrinos.
Levou o único filho, um menino obsessivo e curioso, e a babá do garoto para lá e logo surpreendeu-se com uma história pitoresca que circula entre os moradores da aldeia: a de uma serpente mítica que ataca quem ousa atravessar os pântanos das redondezas e que é capaz de causar terremotos.
Cora, naturalista amadora, não tem paciência com superstições, se encanta pelo monstro, que julga ser de espécie desconhecida. Na busca por informações, se envolve com o vigário da cidadezinha, que, incrédulo e desconfiado, teme que as fantasias distraiam as pessoas do caminho da fé.
Cora e o vigário, mesmo com visões diferentes sobre o mito, vão se relacionar intensamente e mostrar a celebração do amor em diferentes formas.

Lançamentos

  • O primeiro e o último verão (Globo Livros, 152 páginas, R$ 24,00) da consagrada escritora gaúcha Letícia Wierzchowski, autora de A casa das sete mulheres, mostra como Clara, quatorze anos, na praia de Pinhal, no verão, deu o primeiro beijo e descobriu o amor, com todas as suas alegrias e tristezas, que a acompanhariam para sempre.
  • Receitas da Casa das Tias (Libretos, 216 páginas, R$ 45,00) da premiada artista plástica e escritora Miriam Tolpolar, escrito a partir do caderno de receitas de sua mãe, mostra lembranças e afetos e os novos temperos e vivências que as receitas ganharam nos cadernos das tias.
  • Oh, Senhor do Picolé & outros poemas refrescantes (Physalis Editora, 44 páginas, R$ 46,80) do médico, poeta e escritor Celso Gutfreind, com ilustrações de Mateus Rios, traz versos sobre sol, céu, domingo, animais e outros temas que envolvem o rico universo infantil.

Em quem e no quê acreditar

Nessa nossa época de overdose de palavras, sons, imagens, podcasts, streaming e outros milhões de tecnologias da informação que nos assolam, ficamos na dúvida em cair nas redes como peixes meio indefesos ou ficar fora delas, nadando, solitários, em rios, lagoas e mares silenciosos. Caiu na rede, é peixe. Não caiu na rede, é nada. Complicado. Mas é preciso decidir o que fazer.
Como sobreviver nesses tempos? Há vários caminhos. O primeiro é não usar celular, tablets e outros mecanismos e viver numa ilha, incomunicável, tipo Robinson Crusoé, usando no máximo um tambor para mandar mensagens. De preferência numa ilha ensolarada, tropical. O segundo caminho é ficar horas e horas conectado com tudo e todos , tentando responder as mensagens de bancos, empresas, órgãos do governo, ONGs, partidos políticos, parentes, amigos , conhecidos, desconhecidos e inimigos.
Tarefa complicada para dias de apenas 24 horas. Responder tudo é meio tipo assim impossível, mesmo que você tenha três assessores de imprensa e uns dois técnicos de TI de plantão. Não é fácil e, que sabe, uma mensagem padrão do tipo "não consigo responder tudo, desculpe, quando der dou um retorno".
A "terceira via", o "caminho do meio", é se conectar só umas horas por dia e no resto do tempo ficar ouvido música, fazendo esporte, jogando conversa fora no bar com amigos e praticando outras atividades menos informático-estressantes. Você decide.
Quanto ao noticiário , se quiser assistir tudo vai precisar de um dia de 40 horas, e nem sei se dá. Melhor não assistir muitas horas por dia e fazer de conta que está viajando para o exterior, sem muito interesse pelo que acontece no Patropi. Excesso de informação / noticiário adoece e no fundo não adianta nada. Excesso de news e fake news pode ser prejudicial para sua saúde. Informe-se com moderação.
Quanto às questões da "verdade", você sabe que existem muitas "verdades" e que, como diz o outro, bons jornalistas vão te dar a melhor versão da verdade. Escolha bem o jornalista, que aí você vai receber a verdade melhorzinha. Cientistas, jornalistas-cientistas e cidadãos-cientistas têm milhões por aí. Procure várias versões "científicas", ouça todo mundo, todas as instituições e aí tente, ao menos, ver qual tem mais "credibilidade". É melhor acreditar em algo, mesmo numa pedra misteriosa, numa pirâmide ou em outra coisa ou ideia qualquer. Acreditar em nada é o buraco. Se você gosta de buraco, fique à vontade. O tal buraco negro segue misterioso, mas se você gosta de mistérios, vá em frente.
Pensando bem, não aceite muitos conselhos, palpites e "dicas", muito menos as minhas. Aceite alguns, os que achar melhores para você nesse momento de sua vida. No silêncio e na solidão de sua casa, de seu escritório ou de sua ilha, você vai ouvir sua voz interior mais profunda e aí descobrir umas coisas que você nem sabia que sabia.
 A propósito...
Falando "sério", especialmente nesse momento de polarizações bipolares , vamos tentar separar a joia da bijuteria e procurar o caminho da paz e da serenidade. Vai dar trabalho, a coisa é enfarruscada, mas não podemos nos entregar para determinadas pessoas. Não está morto quem peleia, dizia o lambari na boca da baleia, como reza a sabedoria gauderia. Se as fake news vierem por cima, a gente se abaixa; se vierem por baixo, a gente pula e, se vierem pelo meio, a gente vai saber o que fazer no momento exato. Ou não. Bom, acho que por enquanto a "inteligência artificial" ainda não nos dominou de todo e ainda temos alguma chance na luta com os algoritmos e outras aporrinholas eletrônicas que querem se adonar de nós, viventes nesse mundo velho sem porteira.

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