24 DE MAIO DE 2022
INFORME ESPECIAL
Para não cair em populismo fiscal O rei da floresta
Um "pequeno gigante" que brota em meio às matas de pinus, na Serra, se tornou uma das grandes atrações de um tipo de atividade em ascensão no Rio Grande do Sul: a caça aos cogumelos silvestres comestíveis, cuja temporada está aberta - e bombando.
No último final de semana, diferentes pontos da região receberam visitantes dispostos a percorrer a floresta em busca dos fungos, em especial, do famoso porcini (nas fotos abaixo). Trata-se de uma iguaria cada vez mais apreciada na gastronomia brasileira.
Em uma propriedade no interior de Pinto Bandeira, um grupo guiado pelo biólogo Jeferson Timm (já retratado aqui na coluna) encontrou um exemplar com 20 centímetros de diâmetro e cerca de um quilo. Sem perder tempo, o chef Giordano Tarso, à frente do restaurante Colheita Butique Sazonal (um dos cem melhores do Brasil, segundo ranking da revista Exame, divulgado semana passada), preparou um carpaccio (cogumelo cru, cortado em fatias finas e temperado com sal, pimenta e azeite de oliva) e um refogado de porcini na manteiga.
Não muito longe dali, em São Francisco de Paula, o Parador Hampel também sediou uma caçada, comandada pelo biólogo Marcelo Sulzbacher, especializado em trufas e cogumelos. O resultado não foi diferente. Vale a experiência!
Vem aí mais uma miragem. Como em novembro de 2021, o Congresso se prepara para votar uma nova alteração na cobrança do ICMS sobre combustíveis, com a promessa de conter a escalada nos preços da gasolina. Desde aquela época, o imposto estadual está congelado e, por aqui, a alíquota foi até reduzida (de 30% para 25%). Mas você sentiu alguma diferença significante no bolso? Pois é. Com a nova mudança, discutida a toque de caixa às vésperas da eleição, convém abrir o olho para a volta do populismo fiscal.
Se for aprovado, o novo projeto reduzirá a alíquota aplicada no RS dos atuais 25% para 17%. Hoje, o preço médio do litro no Estado é de R$ 6,909, segundo a Agência Nacional do Petróleo. Grosso modo, a fatia de ICMS corresponde a R$ 1,727 (25%). Com a diminuição para 17%, cairia para R$ 1,174, ou seja, cerca de R$ 0,55 a menos.
Ok, se você é motorista e precisa abastecer o carro, dirá que qualquer desconto é bem-vindo e que a carga de impostos é excessiva no Brasil. É verdade, só que, nesse caso, vai se repetir o que já ocorreu nos últimos meses.
Mesmo com o congelamento do preço de pauta (usado como referência para o cálculo do ICMS) e com a queda da alíquota estadual de 30% para 25% em janeiro de 2022, os efeitos da redução duraram pouco, por um motivo simples: a Petrobras seguiu aumentando os preços, que são vinculados ao dólar e à cotação internacional do barril de petróleo.
Hoje, já há defasagem estimada em 20% no valor, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis. Apesar das pressões, não será possível segurar os aumentos por muito tempo.
Seguir "culpando" apenas o ICMS é perda de tempo. A alteração não terá o impacto esperado e, de forma indireta, ainda poderá afetar áreas essenciais, como saúde e educação. A saída para o problema passa por um debate mais complexo: uma ampla e efetiva reforma tributária. Só que isso dá mais trabalho.
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