A Petrobras que bancará
Estava tudo interligado para o presidente Lula bater o martelo sobre a volta dos impostos federais dos combustíveis. A decisão sobre reoneração parcial com benefício ao etanol e cobrança de tributo de exportação de petróleo a ser bancada pela Petrobras foi apresentada após a estatal ter anunciado corte no preço de combustíveis, o que a coluna cantou que ocorreria, já que havia espaço mantendo a paridade internacional.
O consumidor vai sentir menos do que esperado, mas vai. No caso da gasolina, a redução da refinaria deve chegar em R$ 0,10 na bomba. A volta do PIS/Cofins será de R$ 0,47. Aqui no Rio Grande do Sul, a média ao consumidor passa dos R$ 5. Lembrando, porém, que chegou a superar R$ 7 no ano passado.
Para o diesel, a redução anunciada pela Petrobras chegará às bombas em R$ 0,06. Neste caso, o combustível baixará dos R$ 6, já que seguirá com os impostos federais zerados até o final do ano. Com forte peso no transporte rodoviário e com efeito em cascata nos preços, o diesel "menos caro" alivia a pressão inflacionária, destacou bem o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que enfatizou estar montando o colchão fiscal exigido pelo Banco Central para reduzir o juro, que trava o crédito e o investimento.
Agora, quem pagará o retorno parcial será a Petrobras. Além disso, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, deixou claro que vem mais por aí, afirmando várias vezes que a estatal tem uma função social e que a estratégia da empresa terá de ser revista.
Ele defendeu a cobrança do imposto para exportar petróleo como ferramenta ao estímulo de refino dentro do país, sendo que refinarias vinham sendo privatizadas. Por mais que impacte percentualmente pouco no lucro, são bilhões, que, aliás, são divididos com a União, a maior acionista e que sempre embolsa uma bolada em dividendos.
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