GPS da Economia
O que vem por aí na busca do "petróleo gaúcho"
Depois de meia dúzia de adiamentos, a Petrobras assinou 26 contratos de concessão para explorar petróleo na Bacia de Pelotas. Quando isso ocorre, a empresa se compromete a investir em um "programa exploratório mínimo" que chega a R$ 1,56 bilhão para os 44 blocos arrematados em dezembro de 2023.
Em cálculo muito superficial, só aos 26 com contratos já assinados a estatal precisaria dedicar R$ 922 milhões na fase inicial. Mas é importante observar que os primeiros serviços de exploração não necessariamente incluem embarcações.
É bom lembrar por que a Bacia de Pelotas, que já foi uma área geológica pouco valorizada no Brasil, voltou a atrair interesse: houve grandes descobertas na Namíbia, que fica do outro lado do Atlântico Sul.
Há cerca de 350 milhões de anos, o que hoje são os continentes na América e da África estavam unidos. Era a Gondwana, que deixou como "cicatrizes" da separação formações rochosas de origem vulcânica como o Itaimbezinho e os paredões de Torres, deste lado, e um conjunto conhecido como Ethendeka, na Namíbia.
Primeira atividade local seria sísmica
A etapa de exploração começa a distância. Envolve o estudo da área e a complementação de dados. Nada disso ocorreu desde dezembro de 2023, pelo adiamento do prazo para assinatura dos contratos. Caso o resultado aponte possibilidade de existência de um volume significativo de óleo no fundo do mar, pode chegar o primeiro navio: seria destinado a fazer o "levantamento sísmico", que faz uma espécie de ultrassonografia do subsolo marinho.
Se houver alta probabilidade de existência de "petróleo gaúcho", só então ocorre a primeira perfuração do subsolo marinho. É a única forma de ter certeza sobre a jazida. Caso a avaliação de custo/benefício seja positiva, termina a etapa de exploração e começa a de produção. Mas não se deve descartar situação oposta, como já ocorreu outras vezes na costa gaúcha: se houver risco de não encontrar reserva grande o suficiente para justificar mais investimentos, a área é devolvida à Agência Nacional do Petróleo (ANP). _
Depois de quase dois anos sem intervir no mercado de câmbio, o BC teve ontem a terceira atuação consecutiva. Finalmente, a cotação baixou, mas apenas 0,29%, para R$ 5,615. A maioria dos economistas prevê mais inflação.
Trimestre parado, reação forte em julho
No segundo trimestre, a construtora gaúcha Melnick teve prejuízo de R$ 28,8 milhões, resultado do impacto da enchente. Em julho, a empresa lançou três projetos com valor geral de vendas (VGV) de R$ 189 milhões. E negociou 40% desse total em um mês. Com unidades em estoque, foram R$ 100 milhões no total.
Os lançamentos foram os prédios residenciais Yofi (Bom Fim), o GO Moinhos (Rua 24 de Outubro), em Porto Alegre, e o Grand Park Moinhos, em Canoas.
- No relato do segundo trimestre, incluímos dados do mês subsequente para mostrar o que ocorre aqui ao investidor de fora do RS. Os números de julho foram surpreendentemente fortes - diz o CEO, Leandro Melnick.
O prejuízo veio, explica, porque a empresa paralisou as operações. O sistema de contabilização do setor apura lucro conforme o andamento das obras. Por isso, sustenta que não houve perda econômica para a empresa.
- Voltamos todos os esforços para ajudar, fizemos abrigos em estandes de venda.
A retomada foi reforçada com o prêmio de empreendimento do ano para o Teená, lançado em 2019, no 30º Prêmio Master Imobiliário.
Os gaúchos precisam restaurar a autoestima. Temos ações negociadas em bolsa e mostramos dados oficiais. Tivemos uma das conferências com maior participação de analistas, que queriam saber não só da Melnick, mas do RS - reforça Leandro. _
R$ 33,7 mi
é o investimento da Datacom, de Eldorado do Sul, cidade praticamente varrida pela enchente de maio. A empresa de telecomunicações fará esse aporte em inovação e desenvolvimento de novos produtos. Cerca de 90% dos recursos, ou R$ 30 milhões, vêm de financiamento do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações do BNDES.
A empresa gaúcha já oferece soluções com tecnologia nacional e quer ampliar essa participação. O projeto prevê a criação de 21 postos de trabalho, dos quais oito em pesquisa e desenvolvimento. Com o acréscimo, a empresa deverá ficar com 450 trabalhadores. A fábrica tem 3 mil m2 e capacidade para produzir cerca de 30 mil equipamentos ao mês.
Expectativa de anúncio de planta de hidrogênio verde
O Rio Grande do Sul está mais perto de um passo importante na transição energética. A secretária estadual do Meio Ambiente, Marjorie Kauff- mann, espera que a primeira planta voltada apenas à produção de hidrogênio verde no Estado seja anunciada ainda neste ano.
O combustível para o avanço vem de Brasília. Em agosto, o governo federal instituiu o marco legal do hidrogênio de baixa emissão de carbono, definindo regras e benefícios para produção no país.
Há 10 empresas com memorandos de entendimento para produção de hidrogênio verde no RS. Na semana passada, foi assinado o mais recente, com a Arpoador Energia e a Mitsubishi Power. Uma das etapas que faltam envolve apresentações dos grupos temáticos da política estadual, que há cerca de um ano desenvolvem um modelo para a produção.
- Temos comissões avaliando necessidade de mão de obra, incentivos fiscais e licenciamentos. Com a nova lei federal, vamos revisitar. Ainda neste semestre, espero o anúncio da primeira planta de hidrogênio verde no RS - afirma Kauffman.
No Estado, o potencial do hidrogênio verde foi estimado em R$ 62 bilhões. _
empresa (s) Data
White Martins Dez/21
Enerfin Mar/22
Ocean Winds Jun/22
Neoenergia Ago/22
Pref. Rio Grande Fev/23
Green e Ventos Mai/23
CMPC Set/23
Equinor-Portos RS Set/23
CPFL Energia Set/23
Arpoador e Mitsubishi Ago/24
Dilúvio em livro
Já tem livro sobre o dilúvio de maio no Estado. Na verdade, um e-book, escrito por Gustavo Caleffi, sócio-diretor da Squadra Gestão de Riscos, Ana Flavia Bello e Roberto Zapotocz- ny Costa. Rio Grande do Sul 2024: Uma Perspectiva sobre Gerenciamento de Crises será lançado hoje, em São Paulo, na ISC Brasil Expo 2024.
Caleffi conta a experiência no Centro Integrado de Comando de Porto Alegre, exercendo a função como representante da sociedade civil e apoiando em resgates e logística de doações. Tem experiência de cerca de 20 anos em gestão de riscos e crises, desde resposta a desastres até segurança e antiterrorismo. _
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