sexta-feira, 7 de agosto de 2020


07 DE AGOSTO DE 2020
INFORME ESPECIAL

Conta mais, Marchezan

É impressionante a falta de noção da Câmara Municipal de Porto Alegre. No meio de uma das mais sérias tempestades da história da cidade, nossos vereadores, por esmagadora maioria, ameaçam jogar pela janela o piloto do avião no qual estamos todos dentro.

Enquanto Porto Alegre tem, por enquanto, um desempenho melhor do que o de Nova York, Londres e Milão no combate à covid-19, os vereadores têm os olhos voltados para a disputa de poder, em vez de ajudar a cidade a se manter sem filas nas UTIs. É um desperdício de energia absurdo.

Não se trata aqui de gostar ou não do prefeito, que tem notórias dificuldades de relacionamento com alguns setores. Trata-se de entender que criar mais uma crise agora é um desserviço a Porto Alegre.

Ao se defender da abertura do processo de impeachment na Câmara Municipal, o prefeito afirmou que está sendo perseguido por combater antigas práticas de "troca-troca e ganha-ganha". Marchezan poderia ser mais claro nesse ponto. Que práticas? Que ganha-ganha? Com datas, nomes e sobrenomes.

Sobre o pretexto para a abertura do processo de impeachment, cumpro com o meu dever de opinar, sempre com a intenção de auxiliar cada um a formar seu juízo. Sem comunicação estruturada e profissional, não há projeto de saúde que funcione. Seja uma campanha de vacinação, de aleitamento materno ou de prevenção à aids. Logo, informar e explicar é, sim, uma parte fundamental do cuidado com a saúde.

Agora, em meio a uma pandemia e à necessidade de unir esforços, nosso legislativo municipal, em busca de votos e de espaço político, investe energias para enfraquecer o gestor local de uma das mais sérias crises da história da humanidade. Justamente usando como pretexto uma questão relativa à saúde, área em que, no que tange aos números concretos da covid-19, Porto Alegre, por enquanto, se destaca positivamente, se comparada a outras grandes cidades do Brasil e do mundo.

As voltas que o mundo dá

O descontrole da pandemia no Brasil evidencia: os brasileiros que foram resgatados de Wuhan em fevereiro estariam agora mais seguros, podendo circular e se divertir com mais tranquilidade, se tivessem permanecido na China...


TULIO MILMAN

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