quinta-feira, 20 de agosto de 2020



20 DE AGOSTO DE 2020
UFRGS

Alunos e professores avaliam retorno às aulas

Cerca de 27 mil alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) retomaram as aulas na manhã de ontem. Em razão da pandemia de coronavírus, o sistema presencial de aulas foi substituído pelo Ensino Remoto Emergencial (ERE). Nessa modalidade, os alunos que já estão com acesso a computadores, tablets e internet podem acompanhar o conteúdo ministrado pelos professores de forma síncrona - simultânea - ou assíncrona - quando o material fica salvo ou gravado para acesso posterior. O primeiro dia de aula foi positivo para alguns estudantes, mas há relatos de pessoas que não conseguiram acessar as salas de aula virtuais.

Elogio

Para retornar aos estudos, o estudante de Biblioteconomia Felipe Prestes, 25 anos, manteve a rotina que seguia nas aulas presenciais. Acordou cedo, tomou café e acessou a plataforma de ensino. Felipe relata que o sistema é bem intuitivo e não enfrentou problemas para acompanhar o andamento da aula inaugural deste semestre atípico.

- Essa situação não é a ideal, mas é o melhor que podemos ter dentro deste contexto de pandemia. Teve uma luta forte dos alunos para o fornecimento de auxílios financeiros e também iniciativa de estudantes e professores para promover o acesso a computadores, com o qual, inclusive, fui beneficiado - diz o jovem.

O Reconecta UFRGS é um projeto do Instituto de Informática que destina computadores para alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Prestes ficou feliz em ter sido sorteado no programa. No sábado, ele recebeu a sua máquina, doada e restaurada por voluntários. Como mora com a namorada e eles dividiam um notebook, a situação de volta às aulas de forma online seria complicada, já que ela também é caloura da Fonoaudiologia da UFRGS.

Há outros programas para reduzir a desigualdade de acesso na instituição: a UFRGS disponibilizará cerca de 9,5 mil auxílios financeiros aos alunos mais pobres - incluindo R$ 70 para pagar internet, R$ 360 para comprar tablet, R$ 300 para alimentação e R$ 200 como auxílio-covid. Além disso, todas as aulas deverão ser gravadas e será proibido reprovar por falta.

Em uma realidade diferente daquela de Felipe, o reinício foi tranquilo para o estudante de Ciências da Computação Gustavo Kremer, 21 anos. Com computador próprio e acesso à internet banda larga, é ciente da posição privilegiada e destaca que faltam políticas de inclusão por parte da universidade:

- Acredito que foi uma boa decisão termos voltado às aulas. Mas a UFRGS precisa implementar mais políticas de acesso a computadores. Pode ser que os R$ 70 até ajudem na contratação de um plano de internet móvel, mas com R$ 360 tu não compras um tablet que suporte nossas demandas acadêmicas.

IAREMA SOARES

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