Sem medidas robustas, Alckmin frustra expectativa

Ao apenas confirmar o que já se sabia, a visita do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, a Caxias do Sul, acabou frustrando expectativas. Alckmin confirmou medidas pontuais de apoio, como a depreciação acelerada e um mecanismo que facilita a vida dos exportadores, o prolongamento do drawback. Ajudam, mas não resolvem. Até o horário em que Alckmin permaneceu na Serra, não foi confirmada a esperada linha de crédito de R$ 15 bilhões que seria destinada a grandes empresas.

Alckmin só antecipou que que o BNDES teria "unidade avançada" no Estado, em Porto Alegre. Respondia a um dos pedidos dos empresários, de que os recursos sejam liberados de forma direta, não por repasse a outras entidades, para acelerar o acesso.

É bom comparar as quantias: o Banrisul oferece linha de crédito de R$ 7 bilhões em condições facilitadas - cobra só o valor do juro ao mês, o principal pode ser devolvido ao final do prazo de cinco anos. O BNDES tem capacidade para oferecer mais de R$ 15 bilhões. E de oferecer condições ainda mais facilitadas.

É verdade que há expectativas pouco alcançáveis, como a isenção de impostos federais por três anos para todas as empresas gaúchas. Uma das diferenças em relação a outra tragédia, a pandemia de covid-19, é que a necessidade de proteção contra o vírus atingia as empresas de maneira mais uniforme, com diferenças de tamanho e de capitalização.

Agora, não. Há empresas que só foram afetadas por problemas logísticos, outras que perderam tudo, inclusive a capacidade de projetar quando vão voltar a operar. Para que novas expectativas não sejam frustradas, é bom lembrar que o governo Lula é cobrado a entregar orçamentos com menos rombos, para não comprometer, por alta de inflação e de juro, produção e vendas de empresas.

Vai ser preciso gastar mais, sim, para salvar vidas e empregos. Mas esse gasto precisa do mesmo controle a que todos os relacionados à tragédia devem estar sujeitos. A ajuda indispensável já será muita.

Emprego de até R$ 15 mil

Como forma de apoiar a economia gaúcha, a consultoria tributária Tax Group abre 50 empregos em Porto Alegre, com salários até R$ 15 mil. Inscrições podem ser feitas em sonhogrande.taxgroup.com.br até 30 de junho.

Linha emergencial

Criado pela Fundação Gerações em dezembro, o Fundo Comunitário Porto de Todos (FCPT) mobiliza recursos para iniciativas nas áreas mais vulneráveis de Porto Alegre e Região Metropolitana. Já deu apoio a seis negócios de impacto socioambiental.

Para economizar água

A empreendedora Ariane Pelicioli, de Bento Gonçalves, encontrou um "substituto" para a descarga. O Piipee elimina mau cheiro e higieniza, desde que o conteúdo seja só líquido. Doou 2,5 mil unidades a abrigos e residências. Contato é (11) 96078-6800.

Caminhões com doações

Cargas com alimentos, água potável, itens de higiene e colchões chegaram ao Rio Grande do Sul por doação do Instituto Nelson Wilians. O envio foi feito em parceria com a ONG União BR.

Sem cobranças em junho

Faculdade com 54 anos de atuação e cerca de 500 mil alunos, a Estácio não cobrará mensalidades em junho. Para maio, oferece parcelamento com abono de juro e multas. Além disso, a rematrícula terá o valor simbólico de R$ 50.

Dicas grátis para negócios

O empresário gaúcho Otelmo Drebes Jr., CEO do Grupo Eleva Varejo, oferece mentoria gratuita para ajudar negócios a enfrentarem os desafios da catástrofe, com dicas de estratégia, gestão e inteligência emocional. São dois encontros semanais online, todas as terças e quintas, às 18h. Interessados devem entrar em contato pelo WhatsApp (51) 2165-8477.

MARTA SFREDO

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