11 DE MAIO DE 2024
TRAGÉDIA NO RS
Foco na proteção de mulheres e crianças
Forças de segurança reforçaram a atuação dentro de abrigos. Seis suspeitos foram presos após cinco casos de abuso sexual
Em meio às cheias, a segurança das crianças que estão em abrigos para famílias atingidas é uma preocupação a mais para autoridades e população. Diante de relatos e registros confirmados de crimes sexuais em locais de acolhimento, as ações das polícias foram reforçadas.
Desde o início das cheias, cinco estupros em abrigos foram registrados pela Polícia Civil na Região Metropolitana. As vítimas são quatro crianças com idades entre seis e 10 anos e uma jovem. Seis suspeitos foram presos.
A polícia alerta, porém, para notícias falsas nas redes sociais, que narram um cenário mais grave do que o real. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), entre os cinco estupros registrados, quatro, ocorridos em Porto Alegre e Canoas, envolviam familiares das vítimas como autores. Suspeita-se de que esses abusos já aconteciam antes.
- Eram situações que já vinham ocorrendo na casa dessas pessoas e foram constadas agora que chegaram aos abrigos - diz o secretário estadual da Segurança, delegado Sandro Caron.
O quinto caso teria acontecido no último sábado em um abrigo não oficial no bairro Estância Grande, em Viamão, onde a vítima, de seis anos, estava sozinha. Ela foi resgatada antes da família, já que a prioridade era remover primeiro as crianças. Com isso, ficou sem supervisão enquanto os pais eram salvos. Ela teria sido abusada por um homem de 24 anos, também abrigado.
Investigação
A diretora do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), delegada Adriana Regina da Costa, diz que os casos são pontuais e são investigados. Não foi observado pela polícia um aumento dos registros de abusos.
Uma força-tarefa, com participação do Ministério Público (MP), foi montada no início desta semana para acompanhar os abrigos, com foco no acolhimento e proteção de crianças e adolescentes. A Brigada Militar também atua nestes locais. No domingo, mil PMs da reserva retornarão à ativa temporariamente, priorizando os pontos de abrigamento.
Além disso, segundo a diretora do DPM, a Polícia Civil tem feito rondas diárias, à noite, nos abrigos na Região Metropolitana. Os agentes ingressam nos locais e circulam pelas ruas do entorno.
Na madrugada de terça-feira, por exemplo, 120 policiais do DPM fizeram rondas nos abrigos. Os agentes conversam com voluntários e coordenadores dos espaços. Uma das orientações é para que os responsáveis pelas crianças não as deixem sozinhas. Quando a polícia identifica uma situação de risco, alerta o coordenador do abrigo.
A polícia realiza estas rondas também para tentar impedir conflitos entre os abrigados. A possibilidade é de que os problemas já existentes nos bairros, como brigas e ameaças, migrem para os locais de acolhimento. Tais situações, já conhecidas pela polícia, podem ser potencializas com o aumento de número de pessoas concentradas.
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