21 DE MAIO DE 2024
IMPACTO ECONÔMICO
Perda de pelo menos R$ 40 bi no PIB
Valor estimado por entidades empresariais gaúchas representaria retração de 6,25% no Produto Interno Bruto do Estado
As principais entidades do setor produtivo do RS trabalham com pelo menos R$ 40 bilhões em perdas para a atividade econômica do Estado, ao longo deste ano, em razão dos impactos provocados pelas enchentes. A cifra é fruto de estimativa inicial, considerada pelas áreas técnicas das federações representativas do comércio, dos serviços, da indústria e da agropecuária - Federasul, Fecomércio- RS, Fiergs e Farsul, com a participação da CDL-Porto Alegre.
- Fazer modelo matemático para prever perdas é a coisa mais fácil do mundo. Difícil, no momento, é achar as informações primárias para botar no modelo. Está todo mundo atrás. Imaginamos, com série de ponderações, que, ao todo, haja perda na casa dos R$ 40 bilhões - diz o economistachefe da Farsul, Antônio da Luz.
O valor, se comparado com o Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 640,23 bilhões apurado pelo Estado em 2023, representaria retração de 6,25% na produção gaúcha de 2024. A maior parcela dos prejuízos afeta o setor do comércio e dos serviços.
Da Luz explica que contabilizar os danos em eventos dessa natureza apresenta dificuldades adicionais. No caso do agronegócio, em uma seca, por exemplo, basta avaliar o quanto se deixou de colher e o que isso não renderá.
Agora, além dos grãos, há propriedades que perderam colheitadeiras, silos, armazéns e outros equipamentos que elevam os prejuízos e ainda não há um panorama mais claro sobre esses aspectos, uma vez que muitos agricultores nem sequer conseguem acessar as fazendas nesse momento.
A mesma análise, comenta o economista, serve para as atividades que envolvem a indústria, o comércio e os serviços. Ele ainda afirma que a normalização da rotina passa por quatro aspectos: a possibilidade de reabertura dos estabelecimentos, a manutenção dos empregos, a capacidade de arrecadação do Estado e dos municípios e o espaço para investimentos.
A Federasul prepara para essa semana um modelo matemático com estimativas. O presidente da entidade, Rodrigo Sousa Costa, antecipa que a federação deve focar esforços na obtenção de linhas de crédito com prazos de carência alongados (cinco ou 10 anos), juros fixos e abaixo dos praticados pelo mercado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário