Rose, a leitoa salva da enchente que encanta o abrigo
Ela tem 28 dias e foi salva por um triz. Ou melhor: pela compaixão de uma menina de três anos. A porquinha Rose (nas fotos) - que virou xodó no abrigo do Centro Estadual de Treinamento Esportivo (Cete), na Capital - é mais um símbolo de resistência no Rio Grande do Sul.
Quando a água do Guaíba subiu na Ilha Grande dos Marinheiros, a recicladora Andressa Moraes Ramos (ao lado), 25 anos, só conseguiu pensar em salvar os três filhos (Isadora, 3 anos, Ângelo, 8, e Augusto, 10).
Na correria para sair de casa, ela percebeu que a menina levava um pequeno volume sob a blusa: era a filhote suína, do tamanho da palma da mão de um adulto. Andressa olhou para Isadora incrédula.
- É o meu bebê, mamãe - disse a pequena, decidida.
Andressa, Isadora, Ângelo, Augusto e Rose chegaram ao Cete em 3 de maio. Ali, todos receberam cuidados, inclusive a mascote (com direito a veterinária e leite na mamadeira). Desde então, Rose dorme aos pés de Isadora.
Estive lá e vi de perto todo o cuidado pelo bichinho, que lembra o protagonista do filme Babe, O Porquinho Atrapalhado. Fiz carinho na cabeça de Rose e, conversando com Andressa, descobri que a leitoa é a única sobrevivente da ninhada. O quintal (onde ficavam os bichos) e a casa da família ficaram submersos.
Andressa perdeu tudo, mas segue firme. Ela diz que vai reconstruir tudo. E Rose?
- Vai morrer bem velhinha do meu lado - garante a recicladora.
Como ajudar
Se você quiser ajudar Rose e a família, o pix é (51) 98132-9563. Apoie também o abrigo do Cete. Doações na Rua Gonçalves Dias, 700, Menino Deus, na Capital.
Um abraço nas vítimas da catástrofe
A arte é generosa - e imprescindível, especialmente em tempos de crise. Os artistas precisam de suporte na tragédia climática, mas também têm doado seu talento para ajudar quem está na pior. É o caso de Ricardo Pirecco.
Ilustrador e designer gráfico em Porto Alegre, Pirecco pôs à venda uma obra com significado especial, chamada Abraço (ao lado), para doar 100% da renda a vítimas da catástrofe no RS.
Com a parceria do ateliê Versus, encarregado das impressões, o autor esperava encontrar compradores para 30 gravuras, a R$ 100 cada. Graças a uma rede de apoio, o resultado surpreendeu.
- Em uma hora, as 30 cópias estavam vendidas. No fim, chegamos a 250 (o equivalente a R$ 25 mil) e vamos além - diz o artista, que repassa os valores a organizações e pessoas na linha de frente da catástrofe.
Para seguir ajudando, Pirecco prepara, agora, leilões beneficentes. Para acompanhar os detalhes, siga o designer no Instagram (@ricardo_pirecco).
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