11 DE MAIO DE 2024
ACERTO DE CONTAS
150 supermercados fechados
Até ontem, cerca de 150 supermercados seguiam fechados no Rio Grande do Sul porque foram severamente atingidos pela inundação. O monitoramento é feito pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas). Perto do total de lojas que o Estado tem, cerca de 6,8 mil, parece pouco, mas não é. Algumas cidades perderam todos os seus mercados ou o seu único estabelecimento.
Além disso, outras tantas lojas estão com dificuldade de receber mercadorias, especialmente pelos bloqueios em estradas. Muitos itens estão sendo trazidos de fora do Estado, diz o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo.
Mercadinhos
Uma observação setorial é que os grandes supermercados estão, em alguns locais, tendo mais dificuldades do que os pequenos mercadinhos. Muitas redes maiores estão com seus centros de distribuição ilhados. Já os comerciantes menores têm contatos diretos com produtores e distribuidores, conseguindo garimpar mercadorias no meio da dificuldade.
Água no lugar do chope
O grupo Heineken está usando sua cervejaria em Igrejinha para tratar e doar água potável. E o melhor: o transporte a outras cidades é feito pela própria empresa com uma estação móvel de chope, que ontem estava no Hospital de Clínicas. Além deste veículo, um caminhão-pipa abastecido na unidade circula por outras regiões do Estado e foi a Igrejinha nesta sexta-feira. A Heineken também transferiu 300 mil litros de água da marca Schin, de Alagoinhas, na Bahia, para o Rio Grande do Sul.
Lojistas perderam R$ 585,4 milhões em uma semana
Aos poucos, os cálculos dos prejuízos econômicos da inundação começam a aparecer. Um deles é o da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL), que aponta que o comércio gaúcho deixou de faturar R$ 585,4 milhões apenas na primeira semana da inundação. Ou seja, esse número certamente já foi bem ultrapassado e será ainda maior.
O economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank, considerou o Índice Cielo, comparando com o mesmo período de 2023. A estatística pega 900 mil estabelecimentos em 18 setores. As transações caíram 15,7% no Rio Grande do Sul, contra um recuo nacional de 3,2%.
- Categorias de serviços e bens menos essenciais sofreram as piores perdas, enquanto postos de gasolina e supermercados tiveram crescimento extraordinário - observa Frank.
Vestuário viu o faturamento cair à metade. Restaurantes, lojas de móveis e materiais de construção tiveram recuo acima de 35%. Supermercados e postos de combustíveis venderam mais, mas isso vai mudar nos próximos cálculos. Houve corrida para antecipação de consumo. A falta de produto nos dias seguintes certamente derrubou a venda.
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