11 DE JANEIRO DE 2021
OPINIÃO DA RBS
A PUJANÇA DA INDÚSTRIA
A alta de 1,2% na produção industrial brasileira entre outubro e novembro, registrada pelo IBGE, é um dado a ser celebrado. Ainda falta muito para que o setor atinja os níveis de atividade da pré-pandemia, mas a curva ascendente dos últimos sete meses aponta para um 2021 de retomada da geração de empregos e de investimentos. A tendência se confirma também no Rio Grande do Sul, onde a Federação das Indústrias (Fiergs) projeta que a produção gaúcha tenha igualmente avançado no mesmo período.
Os dados oficiais do IBGE sobre o Estado serão divulgados no dia 14, mas, mesmo antes disso, um indicador altamente positivo chama a atenção na sondagem industrial da Fiergs, divulgada no dia 7: o índice de estoques, em relação ao projetado pelos empresários, nunca esteve tão baixo para o período desde 2010, quando a pesquisa começou a ser realizada, o que indica uma demanda consistente pela manutenção da produção elevada nos próximos meses. O mesmo estudo revelou que 70,4% das empresas têm a intenção de realizar algum tipo de investimento até e metade do ano.
Se a iniciativa privada vem fazendo a sua parte, o governo federal e o Congresso pecam pela morosidade na apreciação das reformas, especialmente a tributária e a administrativa. Se levadas a bom termo, significariam nova e fundamental injeção de oxigênio nos setores que, de fato, puxam o desenvolvimento do país.
Para que o ano recém iniciado seja efetivamente um período de recuperação, é igualmente imprescindível que a vacinação contra a covid-19 comece logo e, principalmente, cumpra, no menor prazo possível, a meta de imunizar primeiro as populações mais vulneráveis e, na sequência, todos os brasileiros. Mas não basta que o Brasil percorra esse caminho.
Em um mundo economicamente interligado, com cadeias de insumos e logística globais, o desafio da retomada da normalidade não obedece a fronteiras ideológicas e políticas, conforme alerta da Organização Mundial da Saúde. Nesse contexto, o que acontece na China e nos Estados Unidos, nossos dois maiores parceiros comerciais, tem impacto direto na produção e exportação de produtos e serviços oferecidos pelo Brasil aos mercados mundiais.
Ao mesmo tempo que se vislumbram com otimismo os meses que virão, é fundamental reconhecer a resiliência e a capacidade de inovação do setor industrial gaúcho e brasileiro, que não mediu esforços para manter ativos os seus sinais vitais durante a crise e, com isso, garantir empregos e tributos.
Tratando-se 2021 de um ano sem eleições e, pelo menos em tese, menos afeito a pressões imediatistas, abre-se, finalmente, uma janela de oportunidade para que as máquinas públicas, em todos os níveis, invistam esforços na recuperação da eficiência, sempre vinculada ao objetivo maior de garantir o desenvolvimento humano, social e econômico das comunidades. Para tanto, é preciso perseverança e coragem no sentido de privatizar, fechar e reorganizar estruturas, mesmo que para isso seja necessário enfrentar corporações com interesses antagônicos aos da esmagadora maioria da população que paga impostos e os vê consumidos por engrenagens pesadas e ineficientes.
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