15 DE JANEIRO DE 2021
POLÍTICA +
Por que o governo fará concursos
O anúncio de concursos para selecionar 3.429 servidores e de nomeação imediata de 259 aprovados em seleções anteriores foi precedido de um preâmbulo de mais de meia hora, feito pelo governador Eduardo Leite.
Imaginando que seria criticado, Leite começou falando da importância dos servidores e da obrigação do Estado de prestar serviços de qualidade. Depois destacou as reformas, que terão um impacto positivo de R$ 18 bilhões nas contas do Estado em 10 anos, os avanços no pagamento de servidores e fornecedores e a necessidade de repor parte dos que se aposentam ou se demitem.
Impacto final de R$ 250 milhões
Quanto todos os aprovados nos concursos anunciados ontem forem nomeados, o custo será de R$ 250 milhões ano. Previstas para janeiro e fevereiro, as nomeações de 100 auditores fiscais, 100 técnicos tributários, 20 auditores da Contadoria e Auditoria-Geral do Estado (Cage) e de 39 analistas de Planejamento custarão R$ 61 milhões ano.
A diferença de R$ 250 milhões para um concurso de 3.429 servidores (entre os quais 1,5 mil professores e 750 especialistas e técnicos em saúde) e de R$ 62 milhões para a nomeação de 259 se explica pelos salários: a Secretaria da Fazenda, para onde irão 220 dos nomeados, é uma das que oferecem melhor remuneração no Estado.
Receitas de Pazuello, o general
Na live ao lado do presidente Jair Bolsonaro, o general Eduardo Pazuello, ministro da Saúde, fez declarações de estarrecer os médicos e pesquisadores que estudam a covid-19.
Ao comentar o colapso do sistema de saúde de Manaus, Pazuello atribuiu o alto número de internações e mortes ao fato de o Estado não usar o chamado tratamento precoce (hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina, vitamina D e zinco).
Bolsonaro passou parte da live defendendo o kit covid e disse que o número de mortes no Brasil é mais baixo (por milhão) do que o de outros países, graças à hidroxicloroquina.
Mais do que números, histórias
A equipe da Secretaria de Regularização Fundiária e Habitação que passou a quinta-feira em mutirão para acelerar a transferência dos moradores da Vila Nazaré, que precisam deixar a área para a ampliação do aeroporto Salgado Filho, ouviu histórias que explicam a dificuldade para a remoção das últimas 153 famílias.
Como repórter Caue Fonseca já havia relatado, há moradores que não querem ir para o Loteamento Irmãos Maristas, na Zona Norte, por medo de confronto com desafetos. Aos prantos, uma mulher disse ao secretário André Machado saber que precisa desocupar a casa, mas tem medo de ser morta pelos parentes, porque parte da família a odeia.
Há casos em que a pessoa concorda em sair, mas não tem documentos para se habilitar na Caixa Econômica Federal e assinar o contrato.
A todos, o secretário garantiu que será oferecida uma alternativa em outro bairro.
Os funcionários da secretaria documentaram a situação da Nazaré em mais de 300 fotos.
O cenário é uma cidade que enfrentou um terremoto ou bombardeio. Os remanescentes vivem em meio ao entulho das casas demolidas, um contraste com as casas e apartamentos de dois dormitórios do loteamento para onde já se mudaram 754 famílias. Pela manhã, Machado e sua equipe (foto) visitaram o condomínio.
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