Crise no clima e nos negócios
Os efeitos da crise climática, sobretudo no RS, foram captados pelo aumento da proporção de empresas em processo de recuperação judicial nos últimos três meses de 2023. A plataforma de monitoramento desenvolvida pela consultoria RGF & Associados, que reúne os dados sobre a saúde da economia brasileira a partir da quantidade de companhias nesse tipo de situação, aponta que, no Estado, passou de 2,08 pontos no terceiro trimestre do ano passado para 2,32 pontos no encerramento do período.
No país, o levantamento indica que o número de empresas em recuperação saiu de 1,79 ponto para 1,85 ponto em igual período. O critério de análise considera e indica a quantidade de companhias em recuperação judicial a cada mil empresas, e avalia mais de 2,19 milhões de empresas de pequeno, médio e grande portes.
No RS, chama atenção que o índice mais elevado está nos laticínios, com 65,8 pontos. O setor enfrenta, e não é de hoje, crise provocada pela concorrência de produtos do Mercosul, e foi afetado pelas intempéries climáticas no último semestre de 2023.
Na segunda posição, com 27,8 pontos, e na quarta, com 22,2 pontos, estão os armazéns gerais e os empreendimentos de fabricação de alimentos para animais. Esses segmentos foram parcialmente destruídos durante as enchentes e as chuvas registradas na tragédia do Vale do Taquari. Na terceira colocação, com 25,6 pontos, figura a construção de redes de abastecimentos de esgoto e construções correlatas.
O levantamento mostrou, ainda, que o número absoluto de empresas em recuperação judicial no país aumentou em 173 (considerando entradas e saídas), pulando de 3.872 para 4.045 (alta de 4,5%).
Já na base total de empresas cadastradas, houve aumento em cerca de 25 mil, saindo de 2,16 milhões para os atuais 2,19 milhões.
Os dados se referem a matrizes de empresas ativas de pequeno, médio e grande portes.
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