HITLER RESSUSCITOU?
Antes da Segunda Guerra Mundial, nas zonas coloniais alemãs, as crianças ansiavam pela "tríplice folgança" de abril. No dia 19, aniversário de Getúlio Vargas, não havia aula. No dia 20, natalício de Hitler, a propaganda do Consulado Nazista fechava comércio e escolas. No dia 21, homenageava-se Tiradentes, mártir da Independência.
Em 1945, derrotado o nazismo, Hitler suicidou-se em Berlim. As três potências aliadas sumiram com o cadáver para apagá-lo do futuro.
Mas agora Hitler ressuscita, ainda que numa comparação crítica ao terror que ele patrocinou. O presidente Lula da Silva, em discurso na reunião dos países africanos, reinventou o chefão nazista ao comparar o Estado de Israel a Hitler pela matança da população civil palestina em Gaza.
Historicamente, a comparação é absurda. Na Alemanha de Hitler, os judeus eram cidadãos alemães enviados a "campos de trabalho" para serem exterminados ainda antes da Segunda Guerra Mundial. A funesta Noite dos Cristais iniciou o terror. Em Gaza, Israel bombardeia a população civil num ato condenável, mas em guerra contra o terrorismo do Hamas. O horror das guerras é a violência em si, em que matar e destruir é "heroico".
Não importa sequer que, numa manobra, o israelense Netanyahu (acusado de corrupção anos atrás) coordene a guerra invocando patriotismo. Ressuscitar Hitler tão só revive um período tormentoso que deve ser atirado ao lixo podre para que não se repita.
A Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, vem mostrando a trama com que o então presidente Jair Bolsonaro buscou engendrar um golpe de Estado para manter-se no poder e, até mesmo, nele se perpetuar. Os métodos têm raízes nas invenções e mentiras de Hitler, que se tornou ditador incendiando o parlamento e pondo a culpa nos comunistas.
A História, porém, só se repete como farsa, como já foi dito sabiamente. Não penso que o ex-presidente da República pretendesse ser sanguinário ditador, mas buscava o horror para ressuscitar.
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