segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024


05 DE FEVEREIRO DE 2024
ÚLTIMAS TRÊS DÉCADAS

RS é o segundo com mais desastres

Entre 1991 e 2022, o Estado teve 7.565 registros, 12,15% de todas ocorrências no Brasil, ficando atrás apenas de Minas Gerais

O Rio Grande do Sul é o segundo Estado com mais registros de desastres naturais nas últimas três décadas, conforme levantamento que considera situações como estiagem, seca, enxurrada, chuva intensa, vendaval, granizo, inundação e alagamento. Junto com os gaúchos estão Minas Gerais e Santa Catarina, primeira e terceira posições no número de registros, respectivamente, conforme o Atlas Digital de Desastres no Brasil, que é a base de dados oficial do país para esse tipo de informação.

Os dados mostram que, entre os anos de 1991 e 2022, o Estado teve 7.565 desastres registrados. Isso representa 12,15% de todas ocorrências no Brasil durante o período. Os números consideram registros da Defesa Civil Nacional, que reconhece 65 tipos de eventos segundo a Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (Cobrade).

Eles são divididos em duas grandes classificações: naturais e tecnológicos. Porém, os classificados como naturais são a imensa maioria. A primeira categoria inclui desastres do grupo geológico, hidrológico, meteorológico, climatológico e biológico. Já a segunda engloba questões relacionadas a substâncias radioativas, produtos perigosos, incêndios urbanos, obras civis e transporte de passageiros e cargas não perigosas.

Juntos, os três Estados com mais ocorrências representam 36,8%, ou seja: mais de um terço de todos os desastres registrados no Brasil nas últimas três décadas aconteceram nestes locais.

Lacunas

O coordenador técnico do Centro de Estudos e Pesquisas em Engenharia e Defesa Civil (Cedep) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Rafael Schadeck, diz que existem lacunas de informações em alguns Estados. Segundo ele, que foi o coordenador técnico do Atlas Digital até 2022, isso se deve à cultura e preparação de cada Estado.

Ele também informa que existem outros fatores que fazem um Estado ter mais ocorrências do que outros. Schadeck relembra que os registros são feitos pelos municípios, sendo assim, Estados mais recortados, com mais municípios, terão mais registros em situações que atingem toda uma região.

Apesar disso, o coordenador elenca outro motivo na alta de registros em alguns Estados: o perfil de risco. Conforme ele, a região Sul possui uma grande diversidade de tipos de desastres, porque a localização em relação a sistemas meteorológicos os torna mais suscetíveis.

BEATRIZ COAN

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