24 DE FEVEREIRO DE 2024
MONJA COEN
FALA CORRETA
Cada palavra, expressão, silêncio, pontuação pode modificar o sentido e o conteúdo do que falamos, escrevemos, pensamos e queremos transmitir. Não apenas nas relações internacionais há uma linha vermelha. Há em todas e quaisquer relações.
Meu mestre, Yogo Suigan Roshi, ensinava que, antes de falar, deveríamos passar a língua por toda nossa boca e refletir se o que iríamos dizer seria benéfico para quem ouvisse, se levaria à verdade e se não prejudicaria alguém.
Nem sempre é possível fazer essa reflexão, ainda mais quando estamos sendo estimulados e provocados por circunstâncias específicas. Quando atravessamos a linha vermelha - aquele sinal de parar, de se calar -, podemos causar brigas, conflitos, desentendimentos. Isso acontece em casa, nas relações íntimas, e, também nos locais de trabalho ou nas brigas de trânsito.
Temos a impressão de que podemos falar qualquer coisa com a boa intenção de educar ou estimular as relações. Ou, algumas vezes, no momento do conflito, da briga, atravessamos a linha vermelha e falamos o que nunca deveríamos ter falado.
Sou contra toda e qualquer forma de violência. Estamos em uma era de expansão de consciência e de respeito à vida em sua diversidade. Sabemos que somos todos bípedes, mamíferos, pertencentes à mesma família biológica - por que não conseguimos compartilhar dos bens comuns e das terras comuns a todos nós?
É preciso educar para a paz e para o respeito mútuo. Ah! Se todos pudessem meditar, praticar sentar-se em Zen, penetrar a essência de Si, certamente seria mais fácil encontrar um denominador comum para a harmonia e respeito entre todos os povos.
O Governador de Nova York, nos Estados Unidos, recentemente informou que haverá meditação em todas as escolas públicas, de dois a cinco minutos, todos os dias.
A ciência confirma o que o Zen vem transmitindo há mais de 2,6 mil anos: sentar-se em meditação (Zazen) beneficia o corpo e a mente. Leva a uma transformação pessoal e social. Modifica a maneira de estar no mundo, de se reconhecer interconectado a toda e qualquer forma de vida. E através do processo educacional de respeito e inclusão, podemos nos tornar, como humanidade, como u m todo coeso, cuidadores do planeta Terra.
Ainda é tempo. Somos o tempo.
Pisemos de leve sobre o chão, abracemos árvores e plantas, apreciemos o vento e o ar, as águas e as terras e cada ser humano na diversidade de nossas manifestações.
Que a paz prevaleça na Terra. Creia nisso. Faça acontecer. Seja a mão sagrada em ação no mundo, em sua vida, em sua casa, em sua cidade.
É possível. Cuidado com seus gestos, atitudes, pensamentos e palavras. Procure se expressar sem pisar ou atravessar a linha vermelha, a linha que demarca o respeito e a compreensão dos sentimentos e valores de outras pessoas, povos, países.
Mãos em prece
Nenhum comentário:
Postar um comentário