13 DE FEVEREIRO DE 2024
ACERTO DE CONTAS
Turismo do RS está turbinado Nova fábrica de guaraná gaúcho
Nada faz vibrar mais uma fabricante de bebidas do que o calor. Por isso, a Fruki correu para colocar para funcionar antes do verão a sua nova fábrica, construída em Paverama com R$ 178 milhões. O entorno dos 11 prédios ainda está em obras, mas a linha de produção, que a coluna conheceu em primeira mão, já está inflando moldes, enchendo garrafas pet de refrigerante e água e despachando fardos para o mercado.
A construção começou em fevereiro de 2023 e a operação teve início em dezembro. A atual linha será duplicada dentro da mesma estrutura, mas o terreno tem espaço para "espelhar" a fábrica, ou seja, quadruplicaria a produção de hoje. São nove hectares, nos quais parceiros da Fruki poderão se instalar também. Aliás, o salto de capacidade permitirá a fabricação de bebidas para outras empresas, como marcas próprias de varejistas.
A fábrica é um sonho do ex-presidente Nelson Eggers, que conversou com 79 prefeitos antes de bater o martelo sobre a cidade escolhida. O momento é ainda mais especial porque a Fruki comemora cem anos em 2024. A atual presidente, Aline Eggers, filha de Nelson, conta que a sede continuará em Lajeado, onde a unidade industrial também seguirá operando.
- Mas lá estávamos apertados, precisávamos crescer. Se uma empresa para de crescer, ela começa a encolher - comenta a executiva, que conduziu a visita da coluna com a gerente de Relações Institucionais, Fabíola Eggers, o diretor industrial, Julio Nascimento, e o supervisor de Engenharia, Jonas Vargas.
Hoje, 50 postos de trabalho foram criados na fábrica, mas há o potencial de chegar a 500 empregos nas futuras ampliações. Na linha de produção, foi priorizada tecnologia gaúcha. O que não tinha aqui foi buscado na Alemanha e na Itália, dando capacidade para produzir 52 mil garrafas por hora, com um consumo de energia até 30% menor.
Crescendo como aposta econômica nos últimos anos, o turismo do Rio Grande do Sul fechou 2023 com indicadores animadores. Segundo o IBGE, dezembro teve aumento de 8,1% sobre a atividade do mesmo mês do ano anterior, um dos maiores do país. No acumulado do ano, o avanço foi de 3,2%, o que pode parecer pouco, mas é bastante significativo quando se fala de um setor todo.
Ainda pelo monitoramento do instituto, um dado importante: o turismo gaúcho está 13,2% acima do pré-pandemia, quando é usado o patamar de fevereiro de 2020 como parâmetro. Inicialmente, o setor sofreu com o distanciamento social, mas depois deslanchou com o turismo de proximidade, as viagens mais curtas sem a necessidade de se pegar avião. O nível mais alto da série histórica, porém, é o de abril de 2014, e ainda falta 13,2% para alcançá-lo.
Vice-presidente do Transforma RS e curadora de turismo do South Summit Porto Alegre, Gabriela Schwan destaca em especial a evolução dos turistas internacionais no Rio Grande do Sul. Segundo dados da Secretaria Estadual do Turismo, foram mais de 1 milhão de estrangeiros em 2023, dobrando o número do ano anterior, mesmo que ainda não retome o patamar de 2018. Foi o terceiro Estado com mais visitantes de fora do país, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro.
Interessante observar que 59% vieram a lazer. Aliás, além dos destinos tradicionais do Rio Grande do Sul, a executiva destaca novas vertentes, como o turismo de aventura, mais conectado com a natureza, o religioso e o ligado a atividades do agronegócio. Outra área que cresce é a de viagens para tratamentos de saúde ou serviços de bem-estar.
Voos
Ainda em 2023, 4,158 milhões de passageiros, brasileiros e estrangeiros, desembarcaram nos aeroportos do Rio Grande do Sul, 17,3% mais do que em 2022. O Estado está com 120 voos mensais internacionais.
Empregos
Atividades ligadas ao turismo gaúcho criaram 9 mil empregos com carteira assinada em 2023. Os hotéis responderam por 716 destas novas vagas.
Mais negócios
Foram abertas 17.321 empresas de turismo no Estado. Porto Alegre liderou o ranking de longe, seguido por Caxias do Sul. As atividades consideradas são: hospedagem; bares e restaurantes; transporte rodoviário; outros transportes; aluguel de veículos; agências de viagens; serviços culturais; e outros serviços, como lazer.
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