SÍNDROME DE FOMO
Adotei uma gatinha superdoce que se chama Luz. Muito pequena, só queria colo, comia e dormia na paz de quem se sente segura. Agora na puberdade, ela não para quieta um segundo e sempre quer saber o que está rolando com meus outros gatos. Até na hora da comida quer ver o que todos estão comendo, agitada e ansiosa como qualquer adolescente. Tanto que o apelido dela é Where Is the Action?.
Essa vontade de experienciar a vida em todas as oportunidades, essa sensação de querer saber o que tá rolando a todo instante, ir a todos os eventos, sentir que está perdendo alguma coisa, é comum. Mas hoje com as redes sociais e a rapidez dos acontecimentos ganha proporções gigantes.
Será que você sofre da Síndrome de Fomo?
Talvez você não saiba exatamente o que é isso, mesmo tendo os sintomas. Fomo é a sigla que vem do inglês "fear of missing out", que seria "medo de ficar de fora", por fora do lance, não saber, não fazer parte, não estar incluído, não estar participando dos acontecimentos.
Está associada ao sentimento de ansiedade, impacta de forma significativa na rotina e no trabalho.Essa síndrome já se manifesta em muita gente, é mais comum do que se imagina e é a raiz de uma forte ansiedade.
A intensidade nos espreme a cada minuto, especialmente dentro do mundo corporativo, onde a síndrome do FOMO se alastra e todos se sentem deixados pra trás, numa esteira de velocidade inconcebível. A ideia de ficar à margem, de não se sentir updated com o que acontece abala nossa segurança.
A cada segundo, mudanças fantásticas surgem no mundo e precisamos nos atualizar. Nenhum de nós pode se atualizar em tudo o tempo todo, na extraordinária rapidez contemporânea, na dinâmica impossível de se acompanhar das redes sociais, do excesso de notícias, dos eventos do mundo
A ideia da competição gera ainda mais medo, seu colega pode ser mais informado, preparado, produtivo enquanto você é consumido por essa síndrome paralisante. E esse impacto ganha proporções assustadoras, é tóxico, nocivo e terrível pra nossa saúde mental e emocional. Esse desgaste constante mina a nossa estrutura.
Os sinais precisam ser detectados antes dessa condição nos dominar. Existem ciladas claras que precisam ser identificadas. Não podemos estar súper hiper mega giga conectados nas redes e não ter nenhuma conexão verdadeira com alguém e com nós mesmos. Não podemos interagir muito mais com o celular do que com a natureza ou criamos um desajuste.
Precisamos diferenciar o fake do real em qualquer circunstância. Precisamos dizer não para convites e ofertas que não nos interessam. Temos que ter critério e fazer uma triagem no que queremos consumir. Não podemos deixar o excesso nos abarrotar, entrar num looping e nos deixar arrastar pela correnteza.
Não devemos julgar ou nos comparar aos outros. Temos que ter foco no que é significativo pra nós. O melhor não é o os outros fazem, mas aquilo que queremos fazer.
Quando a gente aprender a olhar pra dentro de nós, vamos perder o medo de ficar por fora.
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