Venda de máquinas agrícolas tem primeiro trimestre estável
O primeiro trimestre deste ano foi de estabilidade nas vendas de máquinas agrícolas, segundo levantamento divulgado pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). As 14.145 unidades comercializadas de janeiro a março representam quantidade 0,1% maior do que em igual intervalo de 2022. O resultado reflete, entre outros fatores, os dias úteis no período.
- Teve um volume significativo de paradas, com Carnaval, e retomada. O primeiro trimestre é o período em que as fábricas estão programando suas férias também - disse Ana Helena Andrade, vice-presidente da entidade, na avaliação dos dados.
E os resultados de março reforçam o otimismo para o trimestre que está por vir. Os negócios registraram uma aceleração de 32,4% em relação a igual mês do ano passado e 38,4% sobre fevereiro deste ano - com 6.207 equipamentos comercializados.
- Em fevereiro, começaram as feiras: em Cascavel (Show Rural Coopaveel, no Paraná), Não-Me-Toque em março, isso influencia nas vendas. E também o pessoal comprando colheitadeira para fazer a colheita lá para cima, onde não teve problema de estiagem - diz Claudio Bier, presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do RS (Simers).
O ritmo se manteve na Agrishow, realizada no início deste mês, em Ribeirão Preto (SP), que teve recorde nas propostas encaminhadas: R$ 13,3 bilhões. Os reflexos desse movimento nos dados da Anfavea aparecerão nos próximos levantamentos. Perguntada sobre o complemento de R$ 200 milhões anunciados - e que viabilizará, segundo o Ministério da Agricultura, a equalização de R$ 8,4 bilhões - para o Plano Safra vigente, Ana Helena lembrou que há um segmento no agro que precisa de crédito para poder viabilizar as compras.
- Olhamos o financiamento muito além de junho. Esperamos que o Plano Safra seja robusto e sustente esse constante crescimento da agricultura brasileira - complementou, em relação à expectativa para o pacote do ciclo 2023/2024.
Bier pondera que o setor, como um todo, "já não estava tão dependente do crédito oficial", com bancos privados e outros tipos de financiamentos entrando como opção.
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