27 DE MAIO DE 2023
INFRAESTRUTURA
Gargalo para o fluxo atual de veículos
No lado brasileiro, a rodovia termina no meio da Ponte Internacional Getúlio Vargas/Agustín Pedro Justo, no quilômetro 726, que liga a cidade gaúcha da Fronteira Oeste à argentina Paso de los Libres. A estrutura, construída na década de 1940, foi a primeira travessia entre Brasil e Argentina.
A construção leva o nome dos presidentes dos dois países à época do lançamento da pedra fundamental. O combinado era de que a estrutura seria dividida em duas partes iguais, usando ferro brasileiro e cimento argentino. A inauguração, comemorada principalmente por comerciantes da região, foi em maio de 1947. Desde então, o movimento sobre a ponte aumentou, mas as pistas não foram ampliadas. Ao mesmo tempo, uma via férrea, onde passava um trilho de trem, foi desativada e hoje está coberta por vegetação.
- Foi planejada para um trânsito vicinal e muito pequeno se comparado com o que cruza hoje. Não estava nos sonhos de ninguém que cruzariam, pelo menos, 20 mil caminhões por mês - conta a diretora-executiva da Associação Brasileira dos Transportadores Internacionais, Gladys Vinci.
As intempéries do tempo e a sobrecarga de veículos sobre a ponte cobraram seu preço e, em setembro do ano passado, a estrutura apresentou rompimento na laje, na região central do arco de acesso. Em março deste ano, houve cerimônia de entrega da restauração emergencial do trecho. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), foram investidos mais de R$ 6,3 milhões em serviços de recuperação da laje, viga e o reforço dos pilares.
O asfalto foi renovado e o guarda-corpo, pintado. Porém, passados alguns metros da parte revitalizada em direção à Argentina, já ficam evidentes buracos, sinalização apagada na pista e guarda-corpo danificado. O Dnit destaca que "no lado brasileiro da Ponte Internacional de Uruguaiana não há buracos no pavimento no momento e, quando surgem, a empresa responsável pela manutenção realiza o reparo o mais breve possível", e garante que "a sinalização é presente na ponte".
A estrutura não tem acostamento, e a pista é simples nos dois sentidos. Logo, motoristas de veículos de passeio e do transporte internacional de cargas trafegam pela mesma faixa, e não é incomum ver condutores dos veículos menores ultrapassando caminhões de maneira irregular.
O Dnit informou, em nota, que, "no que diz respeito à previsão de duplicação da ponte de Uruguaiana, o Dnit analisa reabilitação com alargamento da seção transversal. Há um projeto brasileiro pronto e estão sendo aguardadas as considerações do lado argentino para prosseguir na contratação das obras".
Gladys sugere uma solução para desafogar o movimento, que se intensifica na época do verão, quando turistas estrangeiros, principalmente argentinos, vêm passar as férias no Brasil:
- Ela tem duas calçadas laterais que não podem ser utilizadas pelos pedestres por uma questão de segurança. Elas poderiam ser retiradas para dar um espaço maior aos veículos.
A dirigente também apoia a criação de uma terceira pista que poderia ser liberada para os dois sentidos conforme fluxo ou bloqueios. Para isso, sugere um aproveitamento da estrutura que abriga o trilho desativado.
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