Meu nome é Blau
O médico cirurgião cardiovascular, membro da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina, escritor e membro, também, da Academia Sul-Brasileira de Letras, Blau Fabricio de Souza, que nasceu em Lavras do Sul, em 1940, tem publicado preciosas colaborações em nosso Almanaque Gaúcho.
Questionado sobre a origem do seu nome, pouco comum, nos brinda com mais esse interessante texto.
"Carregar um nome diferente durante a vida é uma experiência desafiante. Sem apelar para algum santo e querendo homenagear Simões Lopes Neto e seu principal personagem, quis meu pai que eu fosse registrado como Blau, vaqueano tapejara "coração sereno... guasca de bom porte, mas que só tinha de seu um cavalo gordo, o facão afiado e as estradas reais...". No círculo familiar era bem conhecida a origem do nome, mas pela vida afora tive de explicá-la vezes sem conta. Isso começou no colégio, onde rimas eram buscadas com a palavra estranha, mais do que entendida sua origem simoniana...
Apenas algum professor mais inquieto conhecia no Colégio N. S. Auxiliadora, em Bagé, a obra de Simões Lopes Neto. Já em Porto Alegre, mais gente atinava com a origem de meu nome, mas foi apenas no hipódromo que encontrei um tocaio: cavalo puro-sangue do senhor Breno Caldas, chamado Velho Blau. Em círculos mais cultos, era comum que indagassem pelo meu nome de batismo, pois achavam que eu estava usando um pseudônimo.
Ao apresentar-me, sendo loiro de olhos azuis, logo associavam meu nome ao significado da cor azul na língua alemã. De imediato, concluíam pela minha ascendência ariana. Não poucas vezes, explicava que a maioria de meus ascendentes era pelo-duro, de origem açoriana. Mas confirmava, sem os detalhes que hoje conheço, que meu avô materno era neto de Friederich Fabricius, nascido em Gotha, na Turíngia, e que no pampa virara até guerreiro farrapo e participante da fundação da cidade de Uruguaiana.
Ao andar pelo mundo, repetia-se a curiosidade. Assim, Donald Effler, o culto chefe da cirurgia cardíaca na Cleveland Clinic, achava que meu nome deveria corresponder ao Blas, bem presente nos países de língua espanhola. Nem sempre o meio era culto o suficiente para entender a forma como Cyro Martins me apresentava: "... um Blau, que não é o Nunes." Mas certamente ajudei a divulgar a obra de Simões Lopes Neto, sempre procurando não desmerecer na vida a conduta do vaqueano tapejara. Procurei conhecer mais o mundo simoniano e, nisso, contei com a colaboração importante do professor Mozart Pereira Soares.
Na busca da motivação para chamar de Blau seu grande personagem e "alter ego", penetrou o professor Mozart na infância do escritor pelotense. Descobriu que uma tia rica do autor viajara pela Europa e lá comprara um boneco com cabeça de porcelana e todo vestido de azul. O brinquedo adquirido na Alemanha em pleno século 19 impressionou por demais o menino curioso, bem como a palavra que designa a cor azul em alemão e que passara a denominar o boneco. Estaria aí a origem do nome Blau Nunes, tão invulgar quanto o próprio personagem dentro das literaturas gaúcha e brasileira...
Reunidos todos os relatos sobre Simões Lopes Neto, seu personagem principal e algumas afirmações sobre ambos, restaria uma pergunta muito pessoal: além do cavalo, ganhador de muitos páreos no Hipódromo do Cristal, haveria mais alguém vivendo com o nome de Blau? O primeiro relato nasce da minha condição de sócio colorado. Era dia de eleição e eu compareci para votar no candidato que escolhera.
Dentro do Gigantinho, uma surpresa. Na lista por ordem alfabética existiam dois Blaus, coisa que até então jamais encontrara. E ambos eram reais e até votavam... A segunda referência é um desafio à minha humildade e desconforto com homenagens. Certa menina, submetida à cirurgia cardíaca, cresceu, casou e teve um filho. Nome da criança? Blau, o mesmo de um dos cirurgiões."
Hoje na história
Em 1929, ocorre, em Hollywood, a primeira cerimônia do Oscar.
O Partido Comunista da China emite, em 1966, o "Aviso de 16 de maio", marcando o início da Revolução Cultural.
Em 1975, Junko Tabei, do Japão, torna-se a primeira mulher a atingir o cume do Monte Everest.
Novamente outono
Evanise Gonçalves Bossle
Meus passos ruidosos pela calçada.
Às 7h30 da manhã, no meio da rua
os quero-queros gritam barulhentos e agressivos protegendo as crias.
A manhã iluminada depois da chuva
da noite passada.
E já é outono outra vez.
Friozinho chegando lentamente.
E o tempo galopando em busca
de dias melhores.
Piada
O diretor da escola pergunta ao aluno recém-chegado: - Qual é o seu nome? - Ddd-dav-dav-david, senhor. - É gago, meu rapaz? E o aluno responde: - Não, senhor. O meu pai é gago; e o cara que registrou meu nome, um baita de um palhaço.
hoje é Dia do Gari
santos do dia
Ubaldo, João Nepomuceno, André Bobola, Simão Stock
Há 30 anos
Domingo, 16 de maio de 1993
Animados pela esperança de sobreviver sem tantos sobressaltos, centenas de milhares de brasileiros abandonaram o país em busca do sonho americano. Os brasileiros costumam engrossar a multidão de trabalhadores que juntam dinheiro para viver bem.
Há 40 anos
Segunda-feira, 16 de maio de 1983
O setor agrícola gaúcho já se preparava para comemorar uma grande safra neste ano, esperando algo próximo de 13,8 milhões de toneladas de grãos. Porém, a chuva das últimas duas semanas estragou a festa: a produção talvez não passe de 13 milhões de toneladas.
Há 50 anos
Quarta-feira, 16 de maio de 1973
Cumprindo o cronograma de visitas, o presidente Emílio Médici deixa Lisboa rumo à região norte de Portugal. Na cidade do Porto, ele deve fazer uma visita à Igreja da Lapa, construída em 1755, onde está guardado o coração de Dom Pedro I, imperador brasileiro.
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