Braskem dispara com possível venda
foi a alta da bolsa na sexta-feira, parte em reação a entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com otimismo sobre a aprovação do marco fiscal, mesmo com a defesa de mudança na meta de inflação.
Aparentemente, a suposta ameaça da importação de resinas pela Zona Franca de Manaus não arrefeceu o interesse de candidatos à compra da Braskem, dona de quase todo o polo de Triunfo.
As ações preferenciais da petroquímica dispararam 23,6% na sexta-feira. O motivo foi a informação do jornal Valor Econômico de que a Empresa Nacional de Petróleo de Abu Dhabi (Adnoc) se uniu à gestora de investimentos americana Apollo para propor a compra de 100% da Braskem, incluindo a fatia da Petrobras.
Essa novela se estende desde 2019, quando a venda estava encaminhada com a LyondellBasel, mas foi interrompida por falta de informação sobre um passivo importante da Braskem, relacionado a danos provocados pela mineração de sal-gema em Maceió (AL).
Com a alta nas ações, o valor de mercado (número de ações multiplicado pela quantidade) de 100% da empresa subiu para cerca de R$ 19 bilhões. A Novonor tem 50,1% das ações ordinárias e 38,3% do capital total da petroquímica, enquanto a Petrobras tem 47% das ações ordinárias e 36,1% do total.
Conforme as informações, Adnoc e Apollo fizeram apresentação dos planos aos bancos credores da Novonor (ex-Odebrecht), controladora da petroquímica. A Novonor precisa concluir a venda para sair da recuperação judicial. Depois do fechamento, a empresa emitiu nota afirmando que "não recebeu proposta vinculante".
Fim da emergência com covid impõe novas tarefas
Depois de tantas perdas de vidas e de sonhos, é difícil falar em custo financeiro da covid-19. É difícil, mas necessário. Ainda em 2020, surgiu a expressão"vírus de US$ 16 trilhões". Era a estimativa das despesas para enfrentar a doença e suas consequências, do desenvolvimento acelerado de vacinas às medidas governamentais de incentivo. É difícil estimar, mas é necessário.
O vírus afetou a saúde e a economia. Desarrumou cadeias globais, criou novos sistemas de trabalho, mudou a concepção sobre a globalização - algo que grupos contrários tentaram sem sucesso por décadas - e cristalizou a guerra fria entre Estados Unidos e China.
A estimativa de US$ 16 trilhões significa que a pandemia excluiu da economia global o equivalente a um ano da produção do país mais rico do planeta. Ninguém sai incólume de um terremoto dessa magnitude, na saúde e na economia, mas é preciso lembrar que muitos segmentos "ganharam" nesse período de absoluta exceção. É difícil constatar, mas é necessário.
No Brasil, a pandemia encontrou uma muralha. Não contra a disseminação da doença, mas de ignorância, má-fé e falta de espírito público. Mais importante era se defender das consequências obviamente desfavoráveis da covid-19 em qualquer latitude. O país ainda tem pela frente a tarefa de dimensionar esse custo. Será difícil, mas necessário.
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