Plano para reativar os polos navais
Além de carimbar a decisão de não privatizar a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, confirmou em Porto Alegre a intenção de retomar algum tipo de incentivo aos polos navais como o de Rio Grande.
O modelo ainda não está pronto, mas Prates antecipou que não será retomada a maior exigência de conteúdo nacional, como foi no passado. E o presidente da Transpetro, Sergio Bacci, avisou que não será "a qualquer preço e a qualquer prazo". Os dois diagnósticos ecoam as preocupações em relação ao modelo anterior, que tornava a produção nacional de cascos ou componentes para plataformas de produção de petróleo cara e suscetível a atrasos recorrentes.
Prates ponderou que haveria duas formas de retomar esse tipo de estímulo: de maneira forçada - como era a exigência de percentual mínimo de conteúdo nacional - ou "indutora" - que será a que a Petrobras vai perseguir.
Mesmo sem detalhar, Prates já sinalizou como poderia funcionar essa indução: uma das formas seria por meio de "descontos" no pagamento das obrigações que as petroleiras precisam recolher à União. Os principais compromissos são os royalties, no caso das áreas regulares, e as participações especiais, cobradas de quem opera em campos de alta produção.
Normalmente, essas cobranças correspondem a um determinado percentual dos ganhos das petroleiras, que varia conforme a localização da área, o número de anos de produção e o volume extraído a cada trimestre. A intenção seria fazer redução nessas alíquotas para quem se comprometer com determinado patamar de contratação de equipamentos no Brasil.
Assim, compensaria um eventual custo inicial maior com uma redução de despesa. Mas essa é apenas uma intenção inicial da meta, que deve ser detalhada até o final do ano, quando a Petrobras revisar seu plano estratégico que define seu investimento.
toneladas de aço serão usadas pela Gerdau nas estruturas do festival de música The Town, previsto para setembro em São Paulo e já chamado de "Rock in Sampa". Todo esse volume é obtido a partir de sucata, reciclado. Gustavo Werneck, CEO da Gerdau, participou ontem do lançamento, com a cantora Iza. Pesadão, dão, dão.
Com guindaste a rapel, RS fará a maior pizza do Brasil
Está prevista para este sábado uma quebra de recorde nacional. Em Serafina Corrêa, vai ocorrer a produção e degustação da maior pizza já feita no Brasil. Das 6h às 12h, na Piazzetta San Marco, terá representantes do Ranking Brasil para certificar o recorde. O objetivo é produzir uma pizza de sete metros de diâmetro e 370 quilos. Serão 150 quilos de massa, 40 quilos de molho de tomate, 120 quilos de queijo muçarela ralado, cem quilos de calabresa e quatro quilos de manjericão, divididos em cerca de 2 mil fatias.
A responsabilidade será do chef Igor Cândido, bicampeão brasileiro da Copa Brasileira de Pizzas, que comanda a Cândido?s Pizza Gourmet em Gramado e Canela e participou do recorde anterior, de 2019 (foto). O evento é da prefeitura e da Associação Comercial, Industrial e Serviços (Acisco), com apoio do Espaço Gastronômico Importadora.
ENTREVISTA ZEINA LATIF Economista
No governo anterior, a economista Zeina Latif fez críticas a medidas adotadas na economia. No atual, segue preocupada com a ausência de sinais de mudanças mais ambiciosas em problemas antigos do Brasil, como a má qualidade do gasto público. Com as credenciais de quem já foi economista-chefe da XP Investimentos e secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Zeina avalia que o novo marco fiscal evita o descontrole das contas públicas, mas o país precisa de um plano mais ambicioso.
Como avalia a regra fiscal?
É necessária uma sinalização, com credibilidade, de que haverá arrumação nas contas públicas para estabilizar a dívida em relação ao PIB. A dívida alta tem consequências na política econômica. Então, se não der para reduzir, é preciso ao menos conter. Para isso, precisamos ter superávit primário (resultado positivo entre receitas e despesas sem contar o pagamento da dívida) na casa de 2% do PIB. Aumentar a carga tributária é uma forma ruim de fazer ajuste em um país com impostos já altos. Tem eficiência menor e machuca a atividade econômica, com consequên- cias de curto prazo na inflação.
A regra não é adequada?
Não tem consistência suficiente para gerar superávit primário e a estabilização da dívida pública. Como depende do aumento da carga tributária, é necessário que se concretize para ter consistência. Era preciso prever contenção de gastos obrigatórios e novas reformas estruturantes, porque o aumento necessário da carga pode não ser factível. O arcabouço evita quadro de descontrole, mas o Brasil precisa ter mais ambição. Há muitas políticas públicas ineficientes que precisam ser reavaliadas. Seria importante que um governo de esquerda se dispusesse a discutir reforma administrativa, mesmo sem impacto de curto prazo.
A reação do mercado não foi relativamente favorável?
O mercado ficou aliviado porque a regra evitou cenários extremos e, no fim do dia, foi estabelecida uma regra. Pode não ser boa, mas está lá. E havia medo de que fosse mais frouxa. Tira o elefante da sala. Não é tão ruim assim e, além disso, o quadro internacional está bem mais favorável do que se imaginava. O preço das commodities anda de lado, mas já é uma mão na roda para o Banco Central (BC). É o Princípio Goldilocks (Cachinhos Dourados): não está nem tão ruim nem tão bom, então está ótimo (na história infantil, a personagem testa dois extremos e fica com a média).
O BC alega cautela com nú- cleos de inflação, mas a meta não é baseada no IPCA cheio?
Os núcleos (cálculos que excluem preços que variam muito) são instrumento de trabalho, mas de fato o mandato é focado na inflação cheia. A julgar pelo comportamento da inflação corrente, há boas notícias. Existe certa rigidez na inflação de serviços, mas não seria absurdo pensar em relaxamento monetário (redução da Selic) aos poucos. O que é entrave, ainda, é a expectativa de inflação e a incerteza sobre a meta.
Meta de inflação é dogma e mudar é tabu?
Na época em que a meta começou a ser reduzida em 0,25 ponto percentual a cada reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional, que define a baliza para o BC), sugeri que a meta fosse entregue, para depois reduzir. A meta era de 4,5%, passou para 3,5%. O passo para 3% foi muito rápido. O problema, como disse o presidente do BC, é mexer em momento tumultuado. Pode piorar as expectativas de longo prazo. Mas isso não tira meu sono. O que me deixa intranquila é a pouca ambição de fazer reformas e o apego a políticas do passado, como dar novos benefícios tributários, que deveriam estar superadas.
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