Para chegar à Lua, basta subir a Serra
Space Adventure já está aberto ao público com mais de 300 itens originais das missões Apollo e experiências interativas
Amantes da astronomia e da exploração espacial, preparar para o lançamento em 10, 9, 8? A sensação da contagem regressiva, os desafios da viagem ao desconhecido e todos os detalhes que envolvem a complexa operação de levar o homem à Lua podem ser conferidos desde ontem no novo empreendimento chamado Space Adventure, em Canela.
As imagens dos lançamentos, as naves espaciais e foguetes, as roupas de astronautas ou mesmo as imagens do homem no satélite natural da Terra já fazem parte da cultura pop e do imaginário de milhões de pessoas mundo afora. No museu construído na Serra, no entanto, a experiência vai além e mergulha nos detalhes.
Voltados às missões Apollo, realizadas entre 1961 e 1972, o Space Adventure reúne mais de 300 itens originais utilizados pela Nasa (a agência espacial norte-americana) ao longo dos 11 anos de viagens. Os itens, espalhados por 4 mil metros quadrados, vão de fragmentos de roupas e alimentos a peças importantes das missões, como computadores, painéis de comando dos módulos em que viajavam os astronautas, motores de foguete e um trem de pouso de um módulo lunar. Também há réplicas de elementos importantes da exploração espacial.
Astronauta
A reportagem conferiu a atração na terça-feira em um evento que contou com a participação de Charles Duke, participante da missão Apollo 16 e um dos 12 homens na história da humanidade a pisar na Lua. Duke também foi o capcom - o responsável pela comunicação com os astronautas - da missão Apollo 11, quando houve o primeiro pouso no satélite terrestre. Foi ele, portanto, que ouviu a icônica frase de Neil Armstrong "este é um pequeno passo para um homem, mas um salto gigantesco para a humanidade".
Durante um bate-papo com jornalistas e convidados, Duke lembrou da missão da qual participou e esclareceu curiosidades do público. Segundo ele, pousar na Lua foi a parte mais difícil de toda a viagem. A câmera que permitia monitorar o solo lunar tinha baixa resolução e somente a poucos metros de altura foi possível decidir o melhor lugar para pouso. O toque no solo lunar também estava atrasado seis horas, devido a um problema no principal motor do módulo de comando, que traria os astronautas de volta à Terra.
- Conseguem imaginar nossa felicidade quando tocamos a Lua? Todos gritavam. O plano original era desligar os motores, colocar a roupa e descer, mas o comando da missão mandou dormirmos por oito horas. Como você dorme na Lua depois de acabar de pousar? - lembra o astronauta, que só descansou depois de quatro horas e um comprimido para dormir, autorizado pelo controle na Terra.
Imersão
A conversa ocorreu em uma sala rodeada de dezenas de objetos não só de missões Apollo, mas também de outras importantes viagens espaciais. Em seguida, o visitante passa por uma verdadeira imersão que simula uma viagem à Lua. A experiência começa pela sala Houston, que reproduz a central de comando da missão do programa Apollo. O passo seguinte é subir o elevador até o topo do foguete Saturn V, onde fica a cápsula dos astronautas. O dispositivo é fictício, mas conta com uma experiência sensorial para levar a imaginação do visitante a uma plataforma de lançamento. A visita segue com um vídeo que simula o lançamento, a viagem e o pouso na Lua, que conta inclusive com cadeiras que se movimentam.
Depois de "chegar" à Lua, o visitante encontra réplicas do módulo lunar e do módulo de comando, entre outros dispositivos. A experiência termina com uma prévia da Missão Artemis, que deve levar a humanidade de volta ao satélite da Terra e também às missões planejadas à Marte.
ANDRÉ FIEDLER
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