quinta-feira, 19 de abril de 2018


19 DE ABRIL DE 2018
ARTIGO

A VIDA NÃOPODE ESPERAR


Na última semana, Nova York recebeu a 72ª Assembleia Geral da ONU. Entre os muitos problemas globais, a segurança no trânsito, responsável pela morte de 1 milhão e 300 mil pessoas por ano no mundo, teve destaque.

Durante a assembleia, foi adotada a nova resolução pela segurança no trânsito, reafirmando as metas relacionadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável para que os países atinjam as propostas da Agenda 2030 no que tange à preservação de vidas no trânsito.

Porém, esta não é a primeira vez que o trânsito é colocado em pauta. Em 2009, em Moscou, a convite da OMS, participei da 1ª Conferência Global de Segurança Viária e pude acompanhar os primeiros passos da Década de Ação pela Segurança no Trânsito. Um momento ímpar, em que os países, entre eles o Brasil, assumiram o compromisso de reduzir em 50% as mortes no trânsito até 2020.

Após quase oito anos do início da Década, está claro que alcançou-se, quando muito, a estabilização dos números. No Brasil, estamos longe de uma redução significativa e permanente. Uma guerra diária que não é apenas uma tragédia para as famílias, mas representa um enorme custo ao país.

Sabemos que essas mortes podem ser evitadas, mas infelizmente não fizemos a "lição de casa". Agora, frente a esta realidade decepcionante, é hora de refletirmos com urgência. A Agenda 2030 aumenta o prazo para cumprirmos a meta, mas também eleva a outro nível os compromissos globais.

O Brasil, tendo avançado pouco nesses últimos anos, aprovou recentemente o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito e tem uma grande oportunidade de ampliar seus esforços e investir em políticas públicas sérias e projetos permanentes de educação. Quem sabe, assim conseguiremos sair do vergonhoso ranking da morte, que coloca o Brasil entre os países mais violentos e que mais matam no trânsito do mundo.

A urgência da prevenção efetiva da violência no trânsito nunca foi tão premente. Precisamos de um esforço e compromisso político muito mais forte para que a Agenda 2030 também não se torne, assim como a Década de Ação, uma década perdida. Afinal, a VIDA não pode esperar!

Presidente da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga diza@vidaurgente.org.br
DIZA GONZAGA

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