07 DE ABRIL DE 2018
CAPA
O CÂNCER DE DAVID
u Para tumores renais, que não figuram entre os mais comuns na população, as condutas possíveis dependem da extensão da doença. Se a lesão for isolada, comprometendo só o rim, a retirada parcial ou total do órgão pode bastar, ainda que exista o risco de a doença voltar no futuro. Na maior parte das vezes, o tumor renal é identificado quando ainda está restrito ao órgão.
O caso de David, que teve o diagnóstico de um tumor no rim esquerdo, em estágio avançado, em 2013, é mais incomum - o jornalista já apresentava metástases ósseas em outras três partes do corpo (foi uma dor no peito que o levou a fazer exames), e o rim foi totalmente extirpado. Seu prognóstico, inicialmente, não era favorável. Em situações assim, mais graves, os médicos escolhem uma estratégia de tratamento para controlar a doença após a cirurgia.
Descobriu-se que David tinha um carcinoma renal de células claras, subtipo mais comum da doença, caracterizado por uma mutação no gene VHL, que seria um dos responsáveis pelo surgimento e pela evolução da enfermidade. Terapias para tentar bloquear a ação desse gene foram tentadas, mas não foram efetivas no caso do jornalista.
David passou por diversos tratamentos no Brasil, sem sucesso. As drogas faziam efeito por um determinado período, e depois a doença continuava a avançar.
Nos Estados Unidos, David conseguiu vaga em um estudo clínico inovador e promissor, que testava a aplicação de imunoterapia. O paciente que passa por um tratamento imunoterápico recebe uma droga que ativa o sistema imunológico para combater o câncer. Primeiro, ele recebeu a combinação de duas imunoterapias. Depois, uma só, como manutenção. A resposta de seu organismo foi excelente.
No momento, a doença de David é considerada sob controle. O caso é encarado como o de uma enfermidade crônica, que de tempos em tempos requer novas intervenções. Ele continua em acompanhamento médico e tomando medicação.
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